O jovem violinista tornou-se músico por influência familiar

O jovem violinista Tomás Costa anuncia um evento musical para 30 de maio (em horário a designar brevemente), no auditório da Junta de Freguesia de Espinho.

Violinista… porquê?!
Tornei-me violinista completamente por acaso. Foi um gosto que eu fui desenvolvendo com a idade e com o hábito de assistir a concertos, mas não fiz uma escolha muito consciente, nem veio sobretudo de mim. Veio, isso sim, da minha avó materna, Cidália Amorim, que foi professora de piano durante muitos anos e diretora pedagógica e executiva da Academia de Música de Santa Maria da Feira.

E é na infância que logo se aprende…
Foi na Academia de Música de Santa Maria da Feira que comecei os estudos, quando tinha 4 anos, mas antes, com cerca de 3 anos, já frequentava a Academia de Música de Santa Maria da Feira, de onde saí aos 18 anos. Aprendi a tocar violino através do método “Suzuki” e que na altura era inovador. Aliás, posso até dizer que só havia três escolas no país inteiro que seguiam este método quando comecei a aprender a tocar violino em 1997. Era numa escola de música no Porto, na academia em Santa Maria da Feira e noutra em Lisboa. Portanto, a Academia de Santa Maria da Feira
foi pioneira no ensino do método “Suzuki” fora das grandes cidades.

Eu tento ter uma ambição realista. Portugal não é o melhor país para se ser músico. A cultura é uma espécie de arranjo floral.

Como se define, aos leigos, o método de “Suzuki”?
O método de “Suzuki” deve-se a um japonês que se chamava Suzuki. A sua intenção quando criou este método era a de que se focasse a aprendizagem de violino inicialmente pelo ouvido e não por leitura musical. Ou seja, na aprendizagem da leitura em geral aprendemos primeiro as palavras a falando-as e só depois é que aprendemos a lê-las. E assim foi desenvolvido esse método de se aprender a tocar violino primeiro pelo ouvido e só depois aprendendo a ler-se as pautas musicais, ou em simultâneo.
Depois há o envolvimento dos pais e o nosso envolvimento nas salas de aulas. Há sempre quem concorde ou discorde, avaliando-se até que ponto o sucesso dos violinistas que começaram com o método de “Suzuki” é justificado. As análises são relativas, mas o processo é basicamente isto: começar a aprender pelo
ouvido e depois aprender a ler música.

A avó materna teve influência no violinista que agora tem 28 anos…
Sim, inegavelmente, mas a minha mãe e a minha tia tinham aprendido música e também queriam que eu estudasse música. E como havia então esse novo método, fui para a classe de violino e a coisa correu logo bem.

Como é que prevaleceu a vontade da mãe e da tia materna?
Elas tinham aprendido música, mas seguiram carreira. O facto de se estudar música não quer dizer que nos tornemos todos músicos profissionais. E até fui feliz, poucos anos depois, numa digressão da orquestra jovem da Academia de Música de Santa Maria da Feira a Itália.