Feirantes contentes e aliviados pelo regresso da Feira Semanal

Feirantes da componente não alimentar puderam voltar ao trabalho (Foto: Sara Ferreira)

Começou, na passada segunda-feira, dia 5, a segunda fase de desconfinamento no país. Em Espinho, reabriu a Feira Semanal com a venda de todos os produtos que, até então, funcionava só com a componente alimentar. Ainda que com algum receio, os feirantes mostram-se “contentes” por poder voltar a trabalhar, já que estavam sem o fazer desde o dia 15 de janeiro.

Num dia repleto de sol, a feira encheu-se de visitantes logo pela manhã e os feirantes regressaram ao trabalho que estavam impedidos de fazer desde o dia 15 de janeiro. Ângela Silva, vendedora de vestuário e feirante em Espinho há 32 anos, confessou que aguardava a decisão de reabrir a feira com “bastante ansiedade”. “Como é óbvio fiquei muito feliz por poder voltar. Não podemos estar em casa a viver com o que nos dão, temos que trabalhar para viver”. Apesar de revelar que foram tempos “bastante difíceis”, Ângela considera-os, também, como “revoltantes”, uma vez que as regras não foram iguais para todos os setores. “Estar em casa este tempo todo foi muito complicado e revoltante porque víamos que não era igual em todo o lado. Continuámos a ir aos hipermercados que estavam sempre cheios, vamos às lojas dos chineses e estão abertos a vender de tudo e, enquanto isso, a nossa vida esteve parada”, lamenta a feirante.

Margarida Rios, vendedora de artigos de vestuário para crianças e bebés, trabalha na feira de Espinho há cerca de dez anos. Como não trabalhava desde o dia 15 de janeiro, admite que ficou “muito contente” por poder voltar, até porque “não foi fácil monetariamente estar tanto tempo em casa”. No entanto, confessa que o receio está sempre presente. “A feira reabriu, mas estou com receio de dar um passo atrás. Já estivemos confinados o ano passado, já estivemos neste e, enquanto o vírus não for embora, todas as pessoas vão sentir, mas, por outro lado, sei que a vida tem que continuar. Acho que as pessoas vão estar confiantes para vir à feira de Espinho, porque tanto faz ir a um shopping, como vir à feira. Ninguém consegue estar isolado a fazer compras e aqui na feira é ao ar livre, por isso, é mais seguro. As pessoas vão ter receio sempre, mas nós temos que comer, temos que nos vestir, temos que seguir a nossa vida, habituando-nos a viver com o vírus.”

Veja o artigo, na íntegra, na edição de 08 abril de 2021 do jornal Defesa de Espinho.