Com larga experiência na formação musical, Pedro Neves é o titular da Orquestra Clássica de Espinho


“Na música é difícil ter ideias e gostos fixos”, constata Pedro Neves, maestro da Orquestra Clássica de Espinho. “É uma forma de estar na vida, em constante movimento e evolução. A nossa constante necessidade de procura conduz-nos a pontos desconhecidos até então”, acrescenta o aguedense que adotou o Auditório de Espinho – Academia como o seu “habitat” profissional. “A nossa inquietude não permite rótulos, porque o desconhecido é cada vez maior.”

Quando e como é que lhe despontou a vocação para maestro?
Aconteceu por acaso, sem qualquer tipo de intenção ou vontade expressa. Na altura, deveria ter uns 13 anos, na banda da minha terra-natal, Travassô, em Águeda, estavam à procura de alguém que pudesse ajudar o maestro principal da banda, o capitão Amílcar Morais, em alguns ensaios. Não sei porquê, decidiram escolher-me a mim…. E assim começou tudo!

Não deu indícios para outras aptidões quando era criança ou adolescente?
Talvez, como qualquer criança. Mas desde muito cedo tive a sensação de estar ligado à música e fazer dela uma parte importante da minha vida.

Como é que foi a sua infância? E a adolescência?
Foi um período feliz, de descobertas, dividido entre a escola, a música, os amigos e a família. Foi um período de construção de raízes que me irão acompanhar para sempre.

Quais foram os instrumentos com que encetou os primeiros passos na música? E os que se seguiram? Quais são os instrumentos musicais preferidos?
Eu comecei a aprender saxofone na Orquestra Filarmónica 12 de Abril, a banda da minha terra natal. Mais tarde ingressei no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Aveiro, em violoncelo, na classe da professora Isabel Boiça. É difícil escolher um instrumento preferido! Quando passamos grande parte da nossa vida a estudar o nosso instrumento, é por ele que passa a nossa paixão pela música.

ÁGUEDA REPRESENTA AS MINHAS RAÍZES E ESPINHO O LOCAL ONDE TENHO A FELICIDADE DE FAZER MÚSICA E APRENDER COM TODOS ESSES MOMENTOS”

Entrevista publicada na íntegra, na edição de 15 de abril de 2021 do jornal Defesa de Espinho.