Construído na Rua 19 por Joaquim Alves Penna, em 1928, o Palacete da Rosa Pena encerra estórias imensas, de várias gerações. Com o decorrer dos anos, o casarão atingiu um estado de degradação e abandono. Os atuais proprietários querem dar-lhe uma nova alma e devolver o espaço à cidade, integrando toda a área num projeto que “passa, evidentemente, por manter o Palacete”.

Foi a 17 de abril de 1921 que Joaquim Alves Penna, emigrante do Brasil, conhecido pelo ‘Brasileiro’, efetuou o pedido de licenciamento para a construção de um edifício num terreno do qual era proprietário, entre as ruas 26, 28, 19 e 15, na então vila de Espinho. No final dos anos 20 do século passado, o edifício ficou concluído, numa zona então deserta e praticamente desabitada.

Décadas mais tarde, o Palacete da Rosa Pena foi comprado por Jorge Gaspar Coelho e arrendado, no final dos anos 60, ao Ministério da Educação, tendo ali funcionado a Secção Liceal de Espinho do Liceu Nacional de Vila Nova de Gaia e, depois, a Escola Preparatória Sá Couto.

Atualmente, as herdeiras do espaço são as irmãs Áurea Petit Gomes e Simone Petit. São os filhos, Rodrigo Gomes, Jorge Petit e Mónica Petit Pimenta Machado que estão à frente dos negócios e do património da família. “O meu avô fez um contrato de arrendamento ao Ministério da Educação e, por isso, funcionou lá uma escola”, recorda Rodrigo Gomes. “Cheguei a ir lá com o meu avô, mas pouco me recordo daquele espaço, pois ainda era criança. Entretanto, o palacete foi fechado e começaram a furtar coisas, destruíram outras e ficou no estado em que está”.

Rodrigo Gomes reconhece o interesse do edifício. “Somos de Espinho e também olhamos para aquele edifício de forma muito emotiva. Olho para o palacete e penso naquilo que poderá dar à cidade. Estamos a falar de um projeto que seria estratégico. Não seria, apenas, pintar o edifício e reconstruí-lo, pondo o telhado novo para fazer com que se tornasse numa simples habitação. E isto envolve, naturalmente, muita coisa”, afirma o herdeiro.

O representante dos proprietários do Palacete da Rosa Pena garante que já foram feitas propostas, algumas das quais que foram ao encontro das ideias da família, “mas que surgem em alturas que não são as mais apropriadas, o que causa algum impasse”.

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 5 de agosto de 2021. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 30€.