Em 2005, apresentaram-se a eleições autárquicas com uma candidatura independente. O estatuto de associação chegou no ano seguinte, mas foi como grupo de discussão na rede social Facebook que se destacaram, a partir de 2011. Sem nenhum evento conhecido em mais de 15 anos de existência, a instituição liderada por Alfredo Correia de Araújo e Maria Goreti promoveu, nas últimas eleições locais, um debate que gerou polémica, devido à ausência de várias forças políticas. Afinal, o que é a “Força Espinho”? Foi o que a Defesa de Espinho procurou saber.

A maioria dos espinhenses associa a designação “Força Espinho” a um grupo de discussão presente no Facebook desde 2011. Mas a expressão remonta às eleições autárquicas de 2005, assim como os seus principais protagonistas: Alfredo Correia de Araújo e Maria Goreti, respetivamente candidatos à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal (AM) pelo movimento independente com o mesmo nome. Além da relação familiar, unia-os à época uma ligação interrompida com o PSD, partido em cujas listas haviam concorrido precisamente aos mesmos órgãos autárquicos nas eleições de 2001, tendo então sido eleitos. Araújo foi vereador na oposição; enquanto Goreti foi vogal da AM, entre os anos de 2001 e 2005.

Apesar de, como recorda Correia de Araújo ter sido a “a primeira candidatura independente aos órgãos municipais” e ter “alcançando cerca de cinco mil assinaturas”, o movimento Força Espinho apenas elegeu uma vogal para a Assembleia de Freguesia de Silvalde: Arminda Ferro.

No ano seguinte, mais precisamente a 3 de março de 2006, a candidatura independente foi transformada em associação, com a designação oficial de Força Espinho – Associação Local de Intervenção Social, Cultural e Política. No entanto, esse foi o único ato societário conhecido e registado notarialmente pela dita associação, a que acresce um vazio informativo no que diz respeito à realização de assembleias gerais ou reuniões de direção, bem como às respetivas convocatórias ou atas, que não foram apresentadas na entrevista concedida pelos dois fundadores à Defesa de Espinho. A esse propósito, Correia de Araújo limitou-se a dizer que, “até à data”, foram realizadas “seis ou sete atas elaboradas de reuniões que fomos tendo”, admitindo, no entanto, que “não há a obrigatoriedade de nos reunirmos periodicamente”. Curiosamente, o entrevistado acrescentou que “está previsto o próximo ato eleitoral em 2023”, momento que, segundo o próprio, “irá eleger os órgãos sociais da associação para o triénio 2023-2026”.

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 7 de outubro de 2021. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 30€.