Em resposta aos números apresentados pelo presidente da Câmara Municipal de Espinho na semana passada, o Partido Social Democrata (PSD) reagiu em comunicado, acusando Miguel Reis de “incapacidade para compreender os termos corretos a utilizar”. Vice-presidente da concelhia social-democrata diz não existirem “buracos” financeiros, mas sim um saldo positivo de quase oito milhões de euros. Entretanto, o Partido Socialista (PS) também já respondeu, através de um comunicado, dizendo que esta reação dos social-democratas pretende “atirar areia para os olhos dos espinhenses, desvalorizar o estado de total desorganização e desequilíbrio em que deixaram a autarquia”.

Paulo Leite, líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Espinho e vice-presidente da concelhia, reagiu na passada terça-feira [23 de novembro] às contas apresentadas pelo novo executivo, afirmando que este se mostrou incapaz “compreender e gerir os processos ainda em curso”.

O PSD regista que a apresentação da Câmara não mencionou o atual saldo do município e que “tal omissão não é inocente”, já que, segundo o membro da oposição, o número real é 7,8 milhões de euros, “comprovado pelo resumo diário de tesouraria apresentado pelo próprio presidente da Câmara”.

Segundo os social-democratas, “o Partido Socialista prometeu tudo a todos e agora, sentindo-se incapaz de concretizar as promessas eleitorais, procura desviar a atenção dos espinhenses divulgando informações enviesadas e distorcidas como forma de justificar o seu embaraço”.

De acordo com o PSD, tratam-se de “informações incorretas e imprecisas, que em nada contribuem para verdadeira ação de construção de um cada vez melhor nível de vida para os espinhenses”.

Por sua vez, o PS, considera que os social-democratas “ignoram olimpicamente a projeção orçamental para 2022, focando-se apenas nos dados financeiros do ano em curso, mostrando uma preocupante incapacidade de gestão proativa e plurianual que ajuda, em larga medida, a explicar a atual situação financeira do município”.

Dizem ainda que que “a sessão pública de prestação de contas sobre o trabalho efetuado ao longo do primeiro mês de mandato do executivo municipal permitiu clarificar, de forma factual, a informação financeira do município, apurada pelos próprios serviços municipais que identificaram, à data, um défice orçamental para 2022 superior a 7,5 milhões de euros”.

Os socialistas entendem que a oposição faz uma análise dados relativos ao ano de 2021 “de forma enviesada e falaciosa, procurando iludir os espinhenses com números redondos. No fundo, o grande regozijo do PSD prende-se com o facto de a autarquia ainda ter nas suas contas bancárias as verbas necessárias para pagar salários e as faturas já emitidas ou os empréstimos recebidos, esquecendo-se de referir que essas verbas já têm correspondência com compromissos assumidos e que são manifestamente insuficientes para pagar coisas tão simples como o cheque bebé ou cheque educação ou tão complexas como o Estádio Municipal de Espinho ou o Recafe”.