Porque eu voto Rui Rio

Porque é o candidato que tem perfil e experiência profissional e de vida para ser primeiro-ministro de Portugal, por minha própria coerência político-partidária e por ser imperioso para o País um novo Governo PSD.

No dia 29 de fevereiro de 2016, Pedro Passos Coelho foi ao Europarque, em Santa Maria da Feira, apresentar a sua recandidatura à liderança do PSD aos militantes do distrito de Aveiro, que tinha como slogan de campanha “Social-democracia, sempre”. E eu também fui.

Perante um auditório de cerca de 400 a 500 militantes, questionei Passos Coelho sobre o discurso acintoso de alguns “notáveis” e seus seguidores, muito centrado no eixo Lisboa/Cascais, que o PSD era de “direita”, mas dito de uma forma a “seco” e que já causava desconforto, e entre esses seguidores já estava André Ventura, que na altura ponderou candidatar-se a Presidente do PSD e, se o ponderou, era porque sabia que tinha dentro do PSD apoiantes. Defendi junto de Passos Coelho o “recentrar” do PSD e critiquei quem usa e abusa da imagem e mensagem política de Sá Carneiro, sem saber do que fala.

E para que continue a constar, e porque não sou cata-vento, apoiei e apoio Passos Coelho pelas funções que desempenhou como primeiro-ministro.

Como diz Rui Rio, e bem, “o PSD está à direita, mas não é de direita “. Quem não entender isto, vai andar sempre em crise existencial.

Claro que os tempos são outros, e como disse Cavaco Silva num brilhante discurso em 2017, “a realidade acaba sempre por derrotar a ideologia “. Mas coisa diferente foi uma determinada ala do PSD ter começado a querer impor uma outra ideologia e leitura política que ia dominando as redes sociais, discursos e forma de estar no PSD, e uns “pavões” e “tias de Cascais” que já nem o CDS usava, renegando, traindo e insultando o ADN do PSD, esquecendo-se estes “boys” e “girls” deserdados das listas à Assembleia da República, que indiretamente acabaram por ser eles a colocar Rui Rio à frente do PSD, e por duas vezes.

Dizia Vasco Pulido Valente que “quando um grande partido perde uma eleição, prejudica a vida e o futuro de milhares de pessoas. Não admira que essa gente, mesmo se as coisas lhes corram bem, tome sempre as suas precauções”. E noutro texto de 2005, sobre a refundação da direita, diz: “sobrou o quê? Sobrou um vago liberalismo, que se imagina esperto e na prática repete as banalidades da moda”.

“Como disse inicialmente, [rui rio] é o candidato que tem perfil e experiência profissional e de vida para ser primeiro-ministro de portugal”

Não sou contra Rangel e votei nele nas Europeias. Gosto de o ouvir. Só que não acredito que muitos seguidores, e não o próprio, queiram unir o que quer que seja, a avaliar pelo seu ódio a Rui Rio e apoiantes, boicote permanente e alguns com saudades dos holofotes. E se Rangel ganhar seguirei a máxima “juntos temos mais sumo”, porque basta de desgaste interno e o Partido é um só.

Dia 27 de novembro lá estarei a votar em Rui Rio porque, como disse inicialmente, é o candidato que tem perfil e experiência profissional e de vida para ser primeiro-ministro de Portugal, por uma questão da minha própria coerência político-partidária, e porque, como dizia Sá Carneiro nas vésperas da sua morte, “Portugal não pode ser isto e não há de sê-lo.”

Nunes da Silva
Empresário e membro do PSD Espinho