(Foto: Sara Ferreira)

Aos 40 anos, Isabel Penna dedica-se à arte através da mistura de várias técnicas como a pintura, a colagem ou o bordado. Focada nas temáticas relacionadas com o feminismo e a representatividade da mulher, Isabel procura chamar à atenção do público para as realidades mais duras e, com isso, espera dar força para que muitas “procurem as suas asas”, segundo o lema de um dos seus projetos. Natural do Brasil, já teve a oportunidade de viver em vários locais do mundo, como Paris ou Londres, mas foi em Espinho que quis deixar marca e mostrar, nas paredes mais esquecidas, a essência da arte de rua.

Divide-se em várias áreas como a pintura, a colagem ou o bordado. Qual é a técnica que mais a apaixona?

O que mais me apaixona é contar uma história. Uso as técnicas mistas porque sinto que consigo expandir mais aquilo que eu quero dizer. Durante quase dez anos da minha trajetória artística, dediquei-me à pintura, mas depois descobri a gravura e o trabalho com fotocópias e impressões. Aí comecei a explorar a colagem e foi uma fase em que praticamente me baseei nisso. O bordado é de uma época ainda mais antiga em que aprendi a bordar com a mulher do meu pai, mas sem nenhuma pretensão de ser artista. Quando comecei a trabalhar nas colagens, comecei a ter vontade de incorporar o bordado e foi a partir daí que decidi misturar tudo.

Hoje em dia não é tão usual ver-se bordadeiras. O que a levou a experimentar esse caminho?

Pegar no bordado, que antigamente era uma atividade destinada ao lar e a domesticar a mulher, e transformá-lo em algo que possa ser artístico, que possa estar na rua, num grafiti, que possa passar mensagens feministas que dão força às mulheres é algo incrível. Acho importante ressignificar e mostrar que o bordado também é cool, também dá para fazer coisas giras na arte e na intervenção.

Quem conhece o seu trabalho sabe que a Isabel se foca muito nas temáticas relacionados com o feminismo e a representatividade da mulher. É uma das suas principais inspirações?

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 20 de janeiro de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 30€