Foto: Francisco Azevedo

O moinho “João dos Bigodes” foi franqueado a crianças da Escola de Paramos, numa iniciativa que visou sensibilizar os espinhenses, em geral, para o inestimável valor patrimonial dos moinhos tradicionais, por forma a motivar todos os agentes – proprietários, organizações associativas, autarquias locais, molinólogos, entusiastas e amigos dos moinhos.

Os alunos do 4.º ano da Escola Básica de Paramos conheceram, na manhã da quinta-feira, 7 de abril, o moinho localizado na Travessa dos Moinhos e tiveram o ensejo de entoar a cantiga “Margarida Moleira” tocada pelo Rancho Recordar é Viver. Organizado pela Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva – Divisão de Cultura e Museologia, o evento realizou-se no âmbito da comemoração do Dia Nacional dos Moinhos e Moinhos Abertos 2022, com o cunho da Etnoideia e o apoio da Sociedade Internacional de Molinologia.

Não há nenhum moinho a funcionar em permanência no concelho de Espinho, salvo um em Anta que ainda dispõe de condições de operacionalidade.

“Temos moinhos muito interessantes, mas maioritariamente abandonados”, registou com desagrado a vereadora Maria Manuel Cruz, mas encantada com a vivacidade e a curiosidade dos alunos paramenses à descoberta do moinho onde “João Bigodes” e “Emília Moleira” viveram. “Por exemplo, é uma pena o moinho junto ao parque de campismo estar naquele estado. Tenho em mente, e com muita vontade, a recuperação dos moinhos”.

Um anseio que não se afigura concretizado com um toque de varinha mágica, mas não descabido nem tão pouco inacessível. “É possível recuperar os moinhos em Espinho, mas é preciso darem-nos algum tempo para vermos o que temos de fazer para nos candidatar a fundos para recuperarmos o que for possível, embora a maior parte sejam privados”, deu nota a vereadora. “Por exemplo, gostava de ver recuperado o moinho do parque de campismo, que é municipal e muito bonito. É a nossa identidade e é o nosso património que temos de preservar. O passado tem que estar presente para olharmos o futuro. É com o passado que também se constrói o futuro. As crianças e os jovens de hoje têm pouca noção de como é que antigamente se fazia farinha”.