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“Pintaria a terra onde nasci em duas partes, uma colorida pela vida me oferecida até hoje”, diz José Alberto de Oliveira Rodrigues de Sá, natural de Esmojães – Anta, desde 23 de outubro de 1964, e residente em Lourosa. “E deixaria uma parte em branco, não por falta de futuro, mas sim, para conseguir olhar aquela parte branca e sonhar com tudo que eu lhe daria, com tudo que tenho idealizado”, acrescenta José Alberto Sá, que se tem revelado paulatinamente nas vertentes da literatura e da pintura. “Pintaria esse quadro com pessoas puras, alguns artistas, muita cultura, muito verde e flores, muita verdade, muita vontade e uma pomba branca, para que o sonho continue a voar”.

O envolvimento de José Alberto Sá em eventos e a participação em antologias e diversificadas publicações objetivam sensibilizar as pessoas para a poesia e/ou é entendível como complemento do simples exercício da escrita com rima?

É, acima de tudo, uma mistura de sentimentos. Amo sentir esse dar de mãos, sentir o abraço entre o amor que sinto pelas palavras. E, ao mesmo tempo, sensibilizar as pessoas de que as palavras transportam imaginações sem limites. É belo sentir e ver mil imagens nos olhos de quem ouve e vive o momento poético. É tanta a mestria que se tenta dar, que um simples sorriso ou aplauso nos faz continuar e sonhar. As antologias transportam-me a outros lugares, a outros autores e eleva-me a uma maior inspiração e uma assertividade com a alma do poeta.

A alma do poeta?!

Hoje não é a rima que eleva um poema, é a sua beleza de conteúdo, ritmo, cadência e mestria. É preciso dar para se receber, as palavras por vezes não chegam, ou as pessoas não se sentem capazes do momento poético. Isso leva-me a estar presente, a criar eventos e a levar a poesia a um mundo sem fronteiras, a um crer sem limites e também numa luta constante de levar o amor a todos.

Quando e como é que constatou que tinha veia poética?

Desde os meus 8 ou 9 anos. Tenho poemas guardados dessa altura. Vivia-se num mundo ausente de conhecimento literário, quase impossível na altura, imaginar o que a vida nos poderia trazer no futuro. Aos 28 anos escrevi um guião para um filme, tentei que Steven Spielberg o abraçasse, contudo, mesmo não o aceitando, escreveu-me uma carta através da sua empresa Amblin Entertainment, a qual guardo com muito carinho. Tudo começou a sério em 2008, tinha eu 44 anos, decidi escrever e editar o meu primeiro livro.

O primeiro livro foi editado em 2008…

Quando escrevi o meu primeiro romance “A Fonte da Mentira”, claro que já nessa altura teria umas boas dezenas de poemas e ideias. Mas este livro não era só a realização de um sonho. Era dar a esse sonho uma vontade real, de que o mundo é de quem acredita e de quem abraça os ideais.

Já é, em 2022, um autor amadurecido e integrado?

Hoje sinto-me bem neste mundo, tenho mais conhecimento, mais sentido de responsabilidade e mais respeito por esta arte. E que não está ao alcance de todos, pois a poesia aprende-se a gostar, mas, ser poeta, tem de se nascer com essa alma. Tenho neste momento cerca de oito mil textos. Contudo, sou muito rigoroso naquilo que publico. E quando o faço, leio e releio várias vezes, até ser capaz de me apaixonar pelo escrito.

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