Foi há 30 anos que o SC Espinho conquistou um dos seus maiores troféus da história – o título de campeão nacional da 2ª Divisão de Honra (atual II Liga). Uma das mais brilhantes páginas do seu historial, numa época que começou em 1991 e que terminou em maio de 1992, com um empate na Madeira e com uma única derrota (à quinta jornada). Orlando Macedo, Vítor Silva e Julião Caneira recordam o momento histórico do clube.

O verão de 1991 foi o arranque para uma das mais bonitas histórias do SC Espinho. No ano seguinte, os tigres alcançaram o título nacional da Divisão de Honra em futebol e ascenderam ao principal escalão. Uma promessa feita na pré-época e cumprida a 31 de maio de 1992, a assinalar agora três décadas na história.

Foi uma época verdadeiramente impressionante, num campeonato com grandes dificuldades em que a equipa, treinada por Quinito, apenas registou uma derrota, na quinta jornada, em Coimbra, ante a Académica, por 4-0, orientada por José Rachão. Uma goleada que levou a que se pensasse que os objetivos traçados iriam cair por terra. Mas os espinhenses foram brilhantes, não obstante terem oscilado entre o primeiro e o segundo lugar no decorrer do campeonato, chegando às últimas quatro jornadas na liderança, numa luta intensa de regularidade com o CF Os Belenenses, de Abel Braga. O empate na Ilha da Madeira, no Funchal, ante a equipa do Nacional, levou os alvinegros ao título.

Na história de uma época extremamente complicada, alguns dos jogadores do SC Espinho comprometeram-se com o Estrela da Amadora, clube, na altura, com um maior potencial financeiro. Ivan, Zé Albano, Zezé Gomes e Marcos António foram contratados pela equipa da Reboleira ainda antes da temporada ter chegado ao fim. Um problema que Quinito, com a sua mestria psicológica, conseguiu solucionar.

Uma das marcas da reviravolta do SC Espinho foi a goleada (6-0) que sofreu no Estádio da Luz, em Lisboa, nos quartos de final da Taça de Portugal, ante o Benfica, treinado por Sven-Göran Eriksson. Um jogo a poucos dias do encontro em Belém, com o rival CF Os Belenenses, no qual os espinhenses alcançaram um empate (1-1), extremamente precioso e que foi conseguido pelo goleador brasileiro, Ivan, aos 59 minutos, que entrara em jogo um minuto antes para render Zinho. A partir daí foram mais oito jogos sem perder (quatro vitórias e quatro empates).

“O nosso objetivo, desde o início, sempre foi a subida à 1ª Divisão, mas publicamente transmitíamos a ideia de que o pretendíamos fazer em dois anos, para nos dar alguma folga no caso de alguma coisa correr mal”, recorda o vice-presidente adjunto da direção da altura, Orlando Macedo. “Internamente, tínhamos apostado na subida de divisão, mas isto notou-se, desde logo, no espírito dos jogadores”, prossegue, recordando a gloriosa época dos tigres. “É nas pré-temporadas que se define muito a época. Há uma carga física e psicológica muito grandes, mas a capacidade de superação e a vontade de se alcançarem os objetivos veem-se logo nessa altura”, explica o antigo dirigente dando nota de que se “via espírito de equipa, a harmonia, bom humor e o companheirismo, o que é algo que define aquilo que irá ser o balneário”. Na perspetiva dirigente, “o grande segredo da vitória alcançada” foi a existência de “um balneário espetacular”…

Reportagem completa na edição de 26 de maio de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.