Foto: Francisco Azevedo

A Sala António Gaio (Auditório do Centro Multimeios) encheu-se na tarde do primeiro sábado de junho, aquando da apresentação do livro “Mandem Saudades” de Mário Augusto, coincidindo com a data em que há 25 anos o então jornalista da SIC revelara o seu documentário sobre a emigração portuguesa no Havai.

“Sinto esta história do Havai de uma maneira muito estranha, mas muito especial e marcante para mim”, revelou Mário Augusto. “Não sei se é por uma razão metafísica ou cósmica, porque logo senti muita vontade e muito entusiasmo em fazer um documentário. Telefonei a Emídio Rangel para lhe dizer que tinha uma ideia. E quando alguém lhe dava uma ideia com entusiasmo, ele também se entusiasmava. Contei-lhe, na SIC em Lisboa, a minha sugestão para um documentário e ele disse-me que eu queria era ir para o Havai. A jornalista Cândida Pinto estava presente na reunião e ajudou-me a convencê-lo. Então, Emídio Rangel deu-me sinal para avançar, dizendo que se eu não fizesse a melhor reportagem da minha vida recambiava-me para a RTP… Não sei se fiz a melhor reportagem da minha vida. Sei que fiz uma coisa que mexeu muito comigo. E agora, 25 anos depois do documentário televisivo, escrevi em livro e com muita emoção”.

O livro “Mandem Saudades” alude a um dos movimentos da emigração portuguesa com menos divulgação, mas com influência naquelas ilhas do Pacífico. “A primeira leva de emigrantes foi para o trabalho na cana-de-açúcar num esforço duro e violento”. Ao fim de duas gerações já havia médicos e advogados.

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 9 de junho de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€