Foto: Sara Ferreira

Domingos Pereira de Oliveira nasceu em Silvalde, no ano de 1936. Suspendeu os seus estudos oficiais por necessidade financeira e, já casado e a residir em Grijó, formou-se na Escola do Magistério do Porto, onde lecionou Movimento e Drama. Com 86 anos, vive em São Félix da Marinha, mas é em Espinho onde cumpre as suas rotinas, como “o hábito do café de saco no Cristal”.

O que é que pode revelar das vivências das décadas de 30 e 40 em Silvalde e das décadas de 40 e 50 em Anta?

Foi em Silvalde que dei os primeiros passos, na Viela do Beco, e depois os meus pais adquiriram uma casa em Anta. Trabalharam muito para isso e o meu pai até teve de emigrar para a Venezuela. A vida não era fácil para quase ninguém e foi com grande sacrifício, mas também enorme determinação, que os meus pais trabalharam incessantemente. Eram raras as oportunidades para momentos de relaxamento, mas recordo-me de ter vindo com eles às festividades da Senhora da Ajuda, em Espinho, e de termos entrado no Café Moderno. O meu pai pediu cafés para os três e o empregado ficou espantado. Confesso que foi extremamente saboroso aquele café, que absorvi com muita satisfação. Porque era uma experiência e gostei imenso.

E quando é que repetiu a experiência com cafeína?

Creio que quando tinha 15 ou 16 anos.

É frequentador do emblemático Café Cristal…

Lembro-me de ter assistido à inauguração do Café Cristal, mas também frequentava “O Nosso Café” e o Café Moderno, entre outros que também já não existem. 

Entre outras coisas que já não existem…

Como o picadeiro. Já escrevi um poema sobre as palmeiras da cidade de Espinho. Tudo que é vivo envelhece, mas as palmeiras, que estavam na zona do antigo picadeiro e da antiga linha do comboio, deviam ter sido tratadas. Os troncos estavam carcomidos.

O que é que pode revelar das vivências das décadas de 30 e 40 em Silvalde e das décadas de 40 e 50 em Anta?

Foi em Silvalde que dei os primeiros passos, na Viela do Beco, e depois os meus pais adquiriram uma casa em Anta. Trabalharam muito para isso e o meu pai até teve de emigrar para a Venezuela. A vida não era fácil para quase ninguém e foi com grande sacrifício, mas também enorme determinação, que os meus pais trabalharam incessantemente. Eram raras as oportunidades para momentos de relaxamento, mas recordo-me de ter vindo com eles às festividades da Senhora da Ajuda, em Espinho, e de termos entrado no Café Moderno. O meu pai pediu cafés para os três e o empregado ficou espantado. Confesso que foi extremamente saboroso aquele café, que absorvi com muita satisfação. Porque era uma experiência e gostei imenso.

E quando é que repetiu a experiência com cafeína?

Creio que quando tinha 15 ou 16 anos.

Reportagem disponível, na íntegra, na edição de 9 de junho de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.