Foto: Francisco Azevedo

Há 24 anos que Nuno Peralta assume a gerência e a dinamização da Tabacaria Sporting, assim denominada ao longo de cerca 45 anos. “Os dois sócios que fundaram a tabacaria eram sportinguistas, mas eu digo aos meus clientes que sou do Sporting de Espinho. Sim, porque deve-se dar valor ao que é da nossa terra”. 

“Tínhamos um negócio igual noutra loja”, recorda Nuno Peralta, nascido há 51 anos, em Espinho. “O meu avô revendia tabaco numa tasca em Paramos e o meu pai tinha uma tabacaria no Mercado Municipal. Eu era filho único e, seguindo o exemplo do meu pai, que começou a trabalhar com o meu avô, comecei a trabalhar com o meu pai. Portanto, a minha atividade profissional foi sempre esta, sendo assim uma tradição familiar”. 

A revenda de tabaco que o avô paterno exercia fora desativada pouco depois do pai de Nuno Peralta ter aberto uma tabacaria no Mercado Municipal, junto a uma frutaria. “Era uma tasca que o meu pai transformou em tabacaria, mas o espaço do Mercado Municipal estava a ficar pequeno para nós e os sócios desta loja, na Rua 8, não queriam continuar com o negócio. Então o meu pai comprou isto aos dois sócios que eram adeptos sportinguistas. Eu já trabalhava com o meu pai no Mercado Municipal e passei para aqui, juntamente com um tio que agora é meu sócio na tabacaria e durante muito tempo ocupou-se pelo serviço de revenda”.  

A Tabacaria Sporting acumulava até 1988 um negócio diferente do ramo da tabacaria, “mas logo decidi que isto deveria ser só um negócio de tabaco”. 

Alguns anos depois, a Tabacaria Sporting foi remodelada com obras de restauro e modernização e o volume do negócio era potenciado. “Passou-se a fidelizar uma clientela de tabacaria, mas o tabaco é um negócio muito estranho, por se tão diferente dos outros e até entrou em decadência no ano de 2008”. As vendas de tabaco têm diminuído desde então, reflexo das campanhas antitabagismo e de alertas do foro de saúde, a par de agravamento de taxas e impostos”. E hoje ainda é evidente a tendência da quebra do consumo de tabaco. “Tinha havido muitas coisas contra o tabaco. E ainda continuam. As campanhas ainda são marcantes e agora não se pode fumar em estabelecimentos comercias, nem nos locais de trabalho, instituições e repartições. E nem sequer cafés, mas apenas em esplanadas. As regras mudaram, as coisas da vida vão mudando e os hábitos também”. 

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 23 de junho de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.