A investigadora espinhense venceu medalha de honra L'Oréal para as mulheres na Ciência (Foto: DR)

Aos 35 anos, Sandra Tavares desenvolve uma investigação na área do cancro da mama, naquele que é o subtipo de cancro mais agressivo e com menos capacidade de resposta: o triplo-negativo.

Apaixonada pela ciência e pelo mundo da investigação, a espinhense que foi escolhida pela Gulbenkian e que deu cartas na Holanda, continua empenhada no seu principal objetivo. Quer continuar a estudar para deixar um mundo melhor daquele que encontrou.

Quem é a Sandra Tavares?

Acho que apresentar-me como investigadora é muito redutor porque parece que o meu trabalho define a minha pessoa, mas a verdade é que também define. É muito difícil responder a esta pergunta, mas gosto de pensar que sou uma jovem com muito sentido de humor e que vive o trabalho com muita paixão e entusiasmo.

Como foi a infância em Espinho?

Fui criada pela minha avó até ir para a escola primária e depois, nas férias, ia para casa da minha tia, onde passava grande parte das férias de verão. Sempre adorei viver em Espinho. Esta coisa de cidade pequenina que tem tudo, mas muito perto de cidade grande traz-nos o melhor dos dois mundos. Tenho boas recordações.

Foi a escola que lhe despertou o interesse pela ciência?

Quando eu era pequena queria ser professora de matemática porque adorava os números. Depois, no secundário, no momento em que me apercebi como é que o corpo humano e as moléculas funcionavam foi o despertar. É um relógio suíço onde tudo tem que estar muito bem sincronizado senão é o colapso. E eu adorei essa dinâmica de estar tudo muito bem controlado. Aí quis seguir a ciência, mas, como uma boa criança dos anos 90, fui criada pela televisão, o que fez com que a ciência fosse quase um plano B porque, na verdade, o que eu queria mesmo era criminologia forense por causa da série CSI. É um pouco ridículo, mas acho que também mostra como os nossos planos B de repente se tornam planos A e ainda mais interessantes.

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 23 de junho de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€