Ricardo Sousa questionou ministra sobre pressão nas urgências em Gaia e sobre a possibilidade de instalação de um SAP em Espinho

Foto: João Pedro Domingos/PSD

O deputado espinhense, eleito pelo Partido Social Democrata (PSD) pelo círculo eleitoral de Aveiro, Ricardo Sousa, questionou a ministra da Saúde, Marta Temido, na Audição Regimental na Comissão de Saúde no passado dia 29 de junho sobre os problemas que existem no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Gaia/Espinho e sobre a possibilidade de instalação de um serviço de atendimento permanente (SAP) em Espinho.  Mas tudo irá ficar como está.

Foto: Francisco Azevedo/Arquivo

O deputado social-democrata, quis saber se Marta Temido “encara a possibilidade de reabrir os serviços encerrados nomeadamente a unidade de convalescença no hospital de Espinho aumentando assim o número de camas disponíveis centro hospitalar” e como aquela ministra “vê a possibilidade de aproveitar a capacidade desta unidade hospitalar instalar um serviço de atendimento permanente que alivie a pressão do serviço de urgências do hospital Santos Silva”.

Na sua intervenção, Ricardo Sousa deu nota de que o serviço de urgência do Centro Hospitalar Gaia/Espinho ter sido “redimensionado há pouco mais de um ano, por manifesta falta de resposta do serviço anterior” e de que seria “natural que depois desta intervenção garantisse uma maior capacidade de resposta e qualidade de serviço”.

Segundo o deputado do PSD, “apesar dos esforços dos profissionais, os relatos de problemas nesse serviço são recorrentes”, assim como as “dificuldades em dar resposta às solicitações, aliada com a dificuldade de encaminhar utentes em situação de internamento por falta de camas”. “Há relatos de pessoas retidas vários dias no serviço de urgência a aguardar internamento”, denúncia Ricardo Sousa dando como exemplo o seu próprio testemunho num “caso próximo de uma doente com 93 anos, que esteve cinco dias à espera de internamento sem a família conseguir estabelecer qualquer contacto com a doente”.

Ricardo Sousa considera que “para a população de Espinho esta situação é altamente penalizadora. Há mais de uma década, o serviço de urgência no hospital de Espinho foi encerrado com a promessa, que centralizando a toda a capacidade no Hospital Santos Silva, melhoraria a resposta aos doentes urgentes”. Contudo, o deputado social-democrata diz que “a situação atual é bem diferente. Para além de termos de suportar a deslocação e a portagem, somos depois confrontados com um serviço que dá uma resposta insuficiente”.

Aquele deputado aproveitou para recordar que existem em Espinho “as instalações do Hospital de Espinho (Unidade 3 do Centro Hospitalar) incompreensivelmente desaproveitadas. Com o encerramento da unidade de convalescença o edifício tem um piso vazio com camas disponíveis para serem ocupadas (algumas das quais doadas pela autarquia de Espinho)”.

Por fim, Ricardo Sousa, entende que “o edifico teria ainda todas as condições para instalar um serviço de atendimento permanente como forma de servir as populações mais próximas aliviando a pressão no Hospital Santos Silva”.

Nas respostas ao deputado, a ministra da Saúde, Marta Temido referiu que “a aposta no ambulatório é aquela que está desenhada estrategicamente e que passa pelo desenvolvimento do ambulatório médico e cirúrgico neste polo”, ou seja, “a aposta em Espinho é no ambulatório, também na área cirúrgica com cirurgias com pernoita e na área da reabilitação com exames complementares de diagnóstico”.

Por sua vez, a secretária de Estado da Saúde, Maria de Fátima Fonseca limitou-se a apontar alguns números para o Centro Hospitalar de Gaia/Espinho desde 2015, registando-se “um acréscimo de profissionais de saúde com mais 147 médicos especialistas, mais 465 enfermeiros e mais 336 assistentes operacionais”.