Carros estacionados no jardim. Uma constante na zona baixa da cidade. Fotografia: DE / Francisco Azevedo

Com a alteração ao Código da Estrada, em 2014, surgiu o conceito da zona de coexistência, onde veículos e utilizadores vulneráveis utilizam o mesmo espaço na via pública, tendo, no entanto, prioridade os utilizadores vulneráveis (peões e ciclistas). O estacionamento ilegal agrava-se e até há quem não tenha pejo em estacionar na relva.

Não tem sido frequente o cumprimento da alteração ao Código da Estrada, com mais destaque para a zona de coexistência a poente da Rua 15 e formando um separador ajardinado até à Avenida 8, com ciclovia e atravessamentos pedonais. Nestas novas zonas, os condutores devem moderar especialmente a velocidade, onde o limite máximo é de 20 km/h, independentemente da categoria.

“É preciso ter cuidado redobrado quando se atravessa, junto às antigas instalações do centro de emprego, pois ora surgem carros em grande velocidade desde a zona da Graciosa, ora os condutores que descem a Rua 15 não hesitam em aproveitar um espaço livre que seja para mudarem de direção”, diz Rosa Antunes, de 48 anos e residente em Anta. “Todo o cuidado é pouco. Só avanço quando os carros e as motos param, porque não me interessa ter razão se quem corre o risco de ser atropelado é quem anda a pé! Se fossem multados mais vezes por excesso de velocidade e incumprimento do Código da Estrada, talvez os condutores tivessem mais respeito e, sobretudo, mais cuidados com os peões”.

A insegurança pedonal também se verifica ao longo da via rasgada para sul do Largo da Graciosa, nomeadamente nos atravessamentos junto às ruas 19, 21 e 23 e na estação ferroviária. E agrava-se quando os peões deparam com o estacionamento abusivo junto ao acesso ao corredor pedonal.

“A saída para se atravessar a rua fica bloqueada quando os carros ali estacionam”, afirma José Carvalho, de 57 anos e morador em Espinho. “Basta um ‘meio carro’ para tapar a passagem aos peões. E quando se atravessa do lado do centro comercial ainda é pior, porque é preciso ‘adivinhar’ onde está a entrada. A ‘solução’ é passar por cima da relva”. “Fiquei indignada quando tentei passar com o carrinho de bebé e tive de calcar o relvado para encontrar um espaço mais aberto entre os carros estacionados”, dá nota Teresa Ribeiro, de 28 anos e veraneante proveniente de Oliveira de Azeméis.

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 25 de agosto de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.