Vando Alves, avançado do GD Ronda: “Quero ficar no GD Ronda e encerrar neste clube a minha carreira desportiva”

Foto: Cláudia Castro

Trabalha na logística de uma fábrica de calçado e, aos 31 anos, ainda joga futebol. É um goleador nato e tem, por isso, a pontaria afinada e o sentido de baliza. Mas nem sempre foi assim. Vando Alves iniciou-se no futebol do SC Espinho e percorreu quase todas as posições, desde a defesa até à linha avançada. Jogou nos seniores dos tigres, pela mão de António Jesus e hoje está no GD Ronda, no Campeonato Distrital de Aveiro, onde pretende encerrar a carreira desportiva.

Como apareceu o futebol na sua vida?
Não sou natural de Espinho, mas fiz toda a minha formação no futebol do Sporting Clube de Espinho, desde os seis aos 20 anos. O SC Espinho apareceu na minha vida pela mão de um primo meu, que jogava no clube na equipa de juniores. Ele e o meu tio incentivaram-me a ir para o SC Espinho.
Tinha seis anos de idade e nunca tinha praticado outro desporto. Foi o futebol que sempre me entusiasmou e foi sempre a minha grande paixão.

O SC Espinho deixou-lhe boas memórias…
Recordações não faltam, num percurso de 13 anos no clube. Em todas as épocas em que lá estive consigo recordar, sobretudo, os bons momentos e o convívio com os meus colegas e com todos os que estavam nas diferentes equipas. É um clube que admiro, sobretudo por todos os anos que lá passei e pelo grande historial que tem no futebol português. No entanto, não gostaria de particularizar esta ou aquela situação porque, de alguma forma, poderia esquecer-me de referir algum momento importante.

Lembra-se dos seus companheiros desse tempo?
Recordo-me de todos, até do meu colega de equipa no GD Ronda, o Serginho, que é o capitão de equipa e é um ano mais novo do que eu e o atual capitão do SC Espinho, o João Ricardo, pois joguei com ele na formação antes de ele ir para o FC Porto.

Sempre ocupou a posição de avançado?
Só no meu primeiro ano nos juniores é que passei a jogar como avançado. Quando me iniciei no futebol, aos seis anos, joguei na posição de defesa esquerdo e depois passei para defesa central. Quando cheguei aos infantis, fui jogar para extremo esquerdo e a partir dos iniciados fui para médio ofensivo. Os treinadores iam mudando as posições conforme aquilo que viam em mim e de acordo com as necessidades da equipa. No meu primeiro ano de juniores, a equipa não tinha avançados e, por isso, o mister José Amadeu decidiu colocar-me a jogar na posição de ponta-de-lança. Penso que ele deverá ter ficado satisfeito com o meu desempenho, porque nos meus dois anos nesse escalão joguei sempre nessa posição.

Daí em diante, passou a ser uma opção sua ocupar a posição de ponta-de-lança?
Gosto de jogar nessa posição e, por isso, continuei a desempenhar essa função dentro de campo. Gosto de marcar golos e até tinha algum jeito, modéstia à parte.

Como foi a sua passagem pela equipa sénior do SC Espinho?
Foi o meu primeiro ano de sénior, em 2010. Ainda realizei sete jogos. Era treinador o saudoso António Jesus, que era uma pessoa e um treinador excecional e que, infelizmente, veio a falecer.
O António Jesus apostou em mim e nos primeiros jogos até cheguei a ser titular na equipa do SC Espinho. Gostei imenso de trabalhar com ele.
Depois veio o Filó treinar a equipa e tinha ideias diferentes para o jogo. Tínhamos um plantel muito bom e acabei por não jogar, porque tinha, apenas, 19 anos. Por isso, decidi sair do clube para poder jogar mais e fui para a AD Grijó.

Como foi o seu desempenho aí?
Encontrei um bom clube, com boa gente e bem organizado e estruturado. Estive lá durante alguns anos e adorei. Joguei lá na antiga 3.ª Divisão nacional e, depois, no distrital do Porto.
Nesse clube, fiz bons amigos, o que acaba por ser o mais importante no futebol. Felizmente, pelos clubes por onde passei, fiz boas amizades. Ainda vou estando em contacto com esses meus amigos.

Teve momentos de felicidade na sua carreira desportiva?
As melhores recordações são todos os títulos que ganhei, ter subido duas vezes de divisão, da Elite para o Nacional, e ter ganho uma Taça de Aveiro pelo SC Esmoriz e uma Supertaça de Aveiro. Esses foram os momentos de maior felicidade e euforia. Tive imensas estórias e não lhe consigo contar nenhuma em especial, até porque as mais interessantes aconteceram dentro do balneário. Mas aquilo que se passa dentro do balneário não se conta cá fora. Fica lá bem fechado.

Entrevista completa na edição de 3 de novembro de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.