Fotografia: Isabel Faustino/DE

Aos 31 anos, a número dois do Novasemente GD ergue a braçadeira de capitã. Ao longo dos oito anos de semente ao peito, viveu grandes momentos da história do clube e garante que o objetivo nesta época é voltar a levar a equipa de Esmojães a mais uma fase decisiva.

Em que contexto entrou para o futsal?

Eu sempre gostei de futebol. Jogava com o meu irmão em casa, na escola e, como havia uma equipa de futebol perto de casa, comecei a treinar lá. Acabei por vir parar ao futsal porque não existiam, na altura, equipas femininas de futebol de onze. Eu jogava em misto, mas depois dos treze anos só podia jogar com raparigas, então tive de fazer a transição. Na verdade, eu nem queria jogar futsal.

Com que idade entrou para futebol?

Entre os 11 e os 12 anos.

Entrou numa altura em que, tal como disse, existiam poucas raparigas a praticar futebol e futsal. Como foi a entrada no desporto e a adaptação?

Agora já temos acesso na televisão e nos jornais a outros desportos. Há uma maior divulgação, mas na altura só aparecia futebol, então eu também só queria futebol. Depois de me ver obrigada a ir para o futsal foi uma adaptação tranquila. Eu era muito nova, mas existiam muitas mulheres já feitas na equipa de futsal, que tinham outra sensibilidade e integraram-me muito bem.

Chegou ao Novasemente em 2015, um dos melhores anos para o clube, como é que viveu essa primeira época?

Cheguei cá e o Novasemente tinha sido campeão nacional na época anterior. Eram anos muito bons para clube, em que se esperava muito do Novasemente, o que também foi bom para mim. Nesse ano ganhámos a Supertaça, daí ter sido um ano de muita aprendizagem.

Sentiu que nessa altura havia também muito apoio por parte da comunidade de Esmojães?

Sim. Quando vim para o Novasemente, o clube tinha um projeto muito bom, elas tinham sido campeãs nacionais, e via que aqui era um sítio onde podia ganhar alguns títulos. Então, quando cheguei cá, estava focada em vencer. No meu segundo ano, tivemos uma final da Taça de Portugal contra o Benfica, em Gondomar, em que acabámos por perder nos momentos finais, e eu lembro-me que a quantidade de adeptos do Novasemente que lá estava foi brutal. Encheram o pavilhão e criaram um grande ambiente. Nós acabámos por perder, mas, nesse momento, já não queria ganhar o título para mim, queria ganhar para agradecer às pessoas que nos acarinharam.

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 10 de novembro de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.