Vinícius dos Santos: “Estar num clube grande, com as tradições que tem o SC Espinho, é motivo de grande orgulho”

Vinícius dos Santos veio esta época reforçar a equipa de voleibol do SC Espinho (foto: Francisco Azevedo)

Vinícius dos Santos, tem dois metros de altura, é natural do estado do Espírito Santo, Brasil e jogou, na época passada, no Chapecoense. É atacante de Zona 4 e um dos melhores pontuadores do SC Espinho, que veio para os tigres para ajudar a colocar a equipa nos oito primeiros classificados. Com 26 anos de idade, a sua ambição é continuar a jogar na Europa e ser profissional na modalidade.

Como começou a jogar voleibol?
Comecei a jogar voleibol aos 12 anos muito por influência dos meus familiares, sobretudo de uns tios que também praticam esta modalidade. Em criança já era bastante alto, talvez o mais alto da minha família e, por isso, eles lá me convenceram a experimentar o voleibol. Recordo-me que fui experimentar a modalidade a um sábado, pois não tinha nada programado para esse dia. Gostei e permaneci até aos dias de hoje.
Os meus tios não eram profissionais de voleibol, mas a dedicação a esta modalidade era muito grande. Eram grandes entusiastas e vibravam imenso. Conseguiram que eu viesse a jogar no São Gabriel da Palha.

Uma criança com 12 anos gosta de futebol!…
Cheguei a experimentar todos os desportos. No entanto, não tinha jeito para nenhum. Era mesmo muito mau. Experimentei o futebol, andebol, basquetebol e foi no voleibol que me consegui destacar mais e foi aquela modalidade que mais gostei.

Como surgiu a oportunidade de vir jogar para Portugal?
Já tinha jogado no Chipre e a minha vontade era a de voltar a jogar na Europa. Numa conversa com o meu empresário surgiu esta proposta de vir jogar para Portugal e para o Sporting Clube de Espinho. Na prática foi muito simples, pois isto era mesmo aquilo que eu pretendia.

Já conhecia o campeonato português?
Não tinha conhecimento do campeonato português nem do nível de voleibol praticado neste país. Também não imaginava a dimensão que o SC Espinho tinha em Portugal, nomeadamente, no voleibol. Quando cheguei ao aeroporto, no Porto, alguém me perguntou o que vinha fazer a Portugal e respondi que vinha jogar voleibol para a equipa do SC Espinho. Foi nessa altura que me deram a ideia da dimensão deste clube e de todo o trajeto que teve no voleibol nacional e, até, no voleibol da Europa. É, de facto, um dos grandes clubes de voleibol em Portugal, o que me deixa muito orgulhoso. É um clube com uma grande tradição na modalidade. Só mais recentemente vim a conhecer melhor o campeonato português, depois de ter começado a jogá-lo.

Como foi a sua experiência a jogar fora do Brasil?
Em 2021 fui jogar para o Chipre, onde estive durante uma temporada. Por isso, esta é a minha segunda temporada fora do Brasil. O Chipre é um país maravilhoso e tem pessoas extraordinárias. Deixei lá muitas amizades.
Por outro lado, destaquei-me como um dos melhores atacantes do campeonato, mas a minha equipa não esteve tão bem quanto gostaria. Essa foi a primeira vez que estive fora do Brasil e deixou-me marcas muito positivas. Gostei imenso de ter jogado no Chipre.

Quando foi jogar para o Chapecoense, ainda se vivia o trauma da tragédia que vitimou a equipa de futebol desse clube no acidente de um avião na Colômbia?
Quando ocorreu esse acidente eu ainda não estava lá, pois foi em 2016. No entanto, dava para perceber que a cidade ainda vive, um pouco, esse trauma, sobretudo quando se toca nesse assunto. Penso que o clube e as pessoas da terra já conseguiram ultrapassar todas as mágoas e já estão numa outra fase. Por isso, procuram não fazer muitos comentários em volta do assunto.

Foi bem recebido no Chapecoense?
Gostei muito de lá ter jogado e foi pena que não tivesse ido para lá mais cedo.

Tem alguma experiência com jogadores da seleção brasileira?
Joguei com o Lucarelii, quando jogava nos escalões de formação, com o Flávio e com o Mike, no Minas Tênis Clube. Foi fantástico ter a possibilidade de jogar com estes craques nesse clube e nessa altura em que tinha iniciado a minha carreira neste desporto.

Qual é a sua maior ambição no voleibol?
Quero viver do voleibol. É aquilo, afinal, que estou a fazer. Não quero voltar a jogar no Brasil e pretendo continuar na Europa. Continuar a jogar voleibol é, de facto, o meu maior sonho.

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 1 de dezembro de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.