Feira semanal: Produtos estão ligeiramente mais caros e há cada vez menos clientes

Foto: Defesa de Espinho/DR

A inflação também chega a Espinho e por isso, sem grande surpresa, a maioria dos preços também subiram na feira semanal. Ainda assim, por existir muita produção caseira, alguns feirantes conseguem equilibrar a balança dos preços. O futuro não é propriamente sorridente pois os vendedores sentem que há cada vez menos clientes e parecem não existir estratégias para o cenário se alterar.

Mesmo com o Natal à porta, a conjuntura internacional e nacional não é a melhor e nem o S. Pedro tem ajudado a quem da feira semanal retira uma parte do seu rendimento. Embora os produtos, especialmente os bens alimentares, tenham sofrido também com a inflação, os feirantes vão tentando manter os preços mais baixo para haver um fator diferenciação em relação aos praticados nas grandes superfícies.

Gracinda Costa vende produtos hortícolas e fruta há cinco décadas. Embora seja de Santa Maria da Feira, todos a conhecem na feira de Espinho e ela diz também conhecer todos os seus clientes. Aposta em produtos caseiros para conseguir ter os preços mais equilibrados. “Vendo os meus produtos mais baratos e, além disso, tenho aqui muitas coisas que são produzidas no meu terreno, o que faz com que possa ter preços acessíveis”, explicou Gracinda. “É óbvio que o preço de todas as coisas subiu. Os pomares arderam com os incêndios e os terrenos que existem estão abandonados pois a juventude não quer trabalhar. Por isso, há falta de mão-de-obra e os produtos que chegam do pequeno produtor são cada vez menos”, acrescentou a feirante.

Gracinda Costa assume que vender na feira tem-lhe compensado porque além de vender produtos provenientes da sua quinta, baixando assim os preços, conta com a ajuda do marido que já está reformado. “Não vivo apenas disto porque o meu marido tem a sua reforma. Mas não me acredito que se possa viver com a venda de frutas, embora isso dependa muito da sorte de cada um”.

Lurdes Magalhães, que veio de Maceda à feira semanal, encheu um saco de tangerinas dos produtos de Gracinda. “Trabalhei numa fábrica de Espinho durante 48 anos e no intervalo do almoço vinha sempre fazer compras à feira porque a fruta era mais barata”, conta a cidadã. “Habituei-me e todas as semanas venho cá. No entanto, já começa a não compensar muito vir cá. Apenas o faço porque aproveito para passear e para me distrair”, salientou Lurdes.

Artigo completo na edição de 8 de dezembro de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.