No final do ano era tradição amarrar moliço num pau comprido e pegar-lhe fogo para ver de que lado vinha o vento. Para alguns isso era o "arrichote", mas para a maioria era o chamado "correr o velho"

Distintos dos de hoje, “pobrezinhos”, mas repletos de alegria e tradição. Eram assim os natais de antigamente na vida das amigas Deolinda, Rosa e Elisa, mas também para Angelina e Manuel, Maria Emília, Vitorino e Alda.

À Defesa de Espinho abriram o coração e revelaram as principais memórias de uma infância dura, sem fartura e sem Pai Natal.

Bem-disposta e cheia de genica, Deolinda Couto Vieira, com 74 anos, abre-nos as portas de sua casa, em Anta, para uma conversa de memórias, cheiros e sabores. Apesar de ainda hoje manter algumas das tradições natalícias que a acompanharam nos primeiros anos de vida, Deolinda tem consciência que o mundo mudou e, com ele, a quadra festiva.

Sentada no sofá da sua sala, Deolinda recorda, com saudade, os seus primeiros natais onde o pai ainda estava presente. Ao contrário dos tempos atuais, a mesa de Natal da família de Deolinda não ficava repleta, no entanto, como recorda, “podia haver pouco dinheiro, mas naquele dia o bacalhau era sempre um bocadinho melhor”.

Reportagem exclusiva disponível, na íntegra, na edição especial de Natal, integrada na edição de 15 de dezembro de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€