Restaurante Palácio viu a fatura da eletricidade triplicar (Fotografia: Sara Ferreira/DE)

O aumento dos preços tem sido uma preocupação geral dos consumidores e os comerciantes não escapam a esses receios falando num impacto transversal a todas as atividades económicas. Preocupados com o aumento do custo de vida, pensam em novas soluções, procurando equilíbrio entre a perda do poder de compra e a perda de clientes. Uma balança que, aos dias de hoje, parece ser cada vez mais difícil e complicada de manter nivelada.

Num autêntico sobe e desce, a inflação tem trazido dificuldades à vida de todos. Se há quem enfrente diariamente os problemas de gestão de uma família ou de uma casa, há também muitos que são obrigados a agir quando uma porta aberta representa o sustento dessa família.
À frente do restaurante Palácio, Rui Amorim viu-se confrontado com a subida galopante do preço de vários produtos e serviços. Depois de um período mais negro provocado pela pandemia, um “crescimento paulatino” fazia prever tempos mais sossegados até que o nome inflação e a existência de uma guerra deitaram quase tudo a perder. “Foi o espoletar de todos os problemas e começamos a sentir impacto no negócio a partir do segundo semestre de 2022”, especialmente com a “escassez de matéria prima” e o “aumento dos custos energéticos”, refere.
Rui Amorim admite que esperava oscilações nas faturas, mas nunca numa escala tão díspar. Até à data, a conta do gás não representa um problema, mas o mesmo não aconteceu com a da eletricidade. “Setembro e outubro foram meses em que triplicamos o valor que estávamos habituados a pagar mensalmente. Como é óbvio, contactamos a EDP para perceber o porquê. Todos sabíamos que os custos energéticos iriam subir, mas nunca numa escala destas”, explica o proprietário do espaço, admitindo que a subida o assustou. “Conseguimos renegociar o contrato e em novembro e dezembro já nos aproximamos dos valores que, até então, estávamos a pagar. Ou seja, foram dois meses de escalada total e nos dois meses seguintes houve uma descida, mas ainda assim com um acréscimo de 10/15%” relativamente a épocas anteriores. Segundo explica o empresário da restauração, “o impacto foi muito forte nesses dois meses”, obrigando do ponto de vista de tesouraria “à implementação de uma nova estratégia”, uma vez que “em dois meses se pagou meio ano de luz”.

Reportagem disponível, na íntegra, na edição de 19 de janeiro de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€