Fátima Machado estará no cargo por um período de três anos e sucede a Celeste Pinto (Fotografia: Sara Ferreira)

Fátima Machado, de 53 anos, é diretora executiva do ACeS Espinho/Gaia desde setembro de 2022. Motivada por uma função que considera desafiadora, a gestora admite ter encontrado, em Espinho, alguns problemas internos que precisam de resolução, com destaque para o atendimento telefónico das unidades ou o funcionamento da USF Mar à Vista.

Como encarou o desafio para assumir a direção do ACeS Espinho/Gaia?

Com muita motivação. A minha formação de base é economia, mas iniciei a minha atividade profissional num hospital público e há trinta anos que me dedico a instituições da saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Nas instituições por onde passei, estive sempre ligada a gestão de cuidados de saúde, como assessora ou administradora, integrando os Conselhos de Administração. Esta experiência permite-me ter uma visão global e interligada dos cuidados de saúde, que facilita a implementação de estratégia, a gestão de recursos e o planeamento. A indigitação para diretora executiva do ACeS Espinho/Gaia teve em consideração o meu perfil e o conhecimento das minhas capacidades e do resultado do meu desempenho nas instituições que integrei.

É preciso ser mais do que um gestor para assumir um cargo destes?

Para esta posição, é necessário ser alguém que tenha uma visão global e transversal em todas as áreas, quer seja na de compras, na de recursos humanos, ou no âmbito financeiro. É óbvio que cada instituição tem uma organização muito própria, mas acho que é uma mais valia alguém que assume as funções de direção executiva conhecer estas áreas que, efetivamente, temos que lidar. Conheço bem a organização e funcionamento dos hospitais e centros de saúde. Por isso, assumi a direção do ACeS motivada, com sentido de responsabilidade, na convicção de que posso ajudar a melhorar os cuidados de saúde a prestar aos cidadãos da nossa comunidade.

Está no cargo desde setembro. O que encontrou era aquilo que esperava?

Por força das funções que tenho desempenhado, designadamente com ligação à ARSNorte, tenho mais ou menos uma ideia da organização e do desempenho das diferentes instituições.
As eventuais insuficiências e constrangimentos que existem, são sempre um desafio para fazer mais e melhor. Esperava muito trabalho e muitas mudanças. Umas inspiradas nos profissionais, nos seus projetos, nas suas ideias, que não deixarei de ouvir e, na medida do possível, apoiar e validar em projetos de intervenção e outras decorrentes do novo
Estatuto do Serviço Nacional de Saúde, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 52/2022 de 4 de agosto, que introduz mudanças ao nível da organização dos ACeS, reforçando a sua autonomia
e prevendo uma atuação colaborativa com as entidades parceiras, com destaque para as autarquias.

No fundo, encaro este cargo como um trabalho desafiador porque há algumas tarefas de programação numa situação que é nova. Ou seja, não é um trabalho rotineiro daquilo
que já se faz, mas é olhar para os centros de saúde e planeá-los, reprogramando também a própria atividade.

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 16 de fevereiro de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€