Francisco Reis refere que está a ser estudada a possibilidade de os médicos prescreverem caminhadas pelo trilho. Fotografia: Sara Ferreira/DE

Desde a limpeza dos caminhos rurais até à colocação de sinalização e à construção de pontes sobre a ribeira, o Núcleo de Montanha de Espinho tem desempenhado um papel significativo na valorização dos trilhos nas zonas florestais do concelho. Pela viagem ‘Nas margens de Espinho’ estivemos com Francisco Reis que nos contou mais sobre o trabalho que tem vindo a ser feito pelo clube e desafios futuros, como a medicalização de alguns troços do percurso.

Foi junto ao campo da Idanha que demos com Francisco Reis, membro do Núcleo de Montanha de Espinho, que tem realizado um trabalho importante na valorização das zonas florestais do concelho. O clube espinhense, de modo a ter um espaço apropriado para treinar, com as condições próximas das provas de trail, desenvolveu um percurso por vários trilhos do concelho denominado 100 K NME, desígnio atribuído devido ao facto de efetuarem anualmente uma atividade sujo objetivo é concluir oito voltas completas ao itinerário, o que perfaz 100 quilómetros. “Nós moramos no litoral, numa zona urbana, então tentámos vislumbrar na região bosques, matagais e pinhais para depois os interligar e formar um circuito”, contou-nos o atleta.

Além de ser um espaço para treino, este percurso tornou-se em algo maior para o NME, algo que envolvesse a comunidade. “Existe uma série de idiossincrasias relacionadas com os desportos de montanha, como a defesa da natureza, a promoção da ligação entre as famílias e a floresta e o zelo pela limpeza dos caminhos rurais”, referiu Francisco Reis.

O núcleo tem sido também responsável por cortar a vegetação, permitindo a passagem da população. “Nós fazemos ações de limpeza dos trilhos duas vezes por anos, uma vez que até comprámos roçadoras”, explicou-nos Francisco. Na grande maioria das vezes esse corte realiza-se em terrenos do domínio privado, algo que não é um problema, segundo o atleta do NME, sendo que diz existir “uma relação diplomática e de amizade com alguns proprietários, que beneficiam com a passagem [nos seus terrenos]”.

“Quanto mais pessoas passarem pelos trilhos, mais limpos eles estarão”

Francisco Reis, Núcleo de Montanha de Espinho

A verdade é que “quanto mais pessoas passarem pelos trilhos, mais limpo eles estarão”, como diz Francisco Reis, daí o clube querer também divulgar bastante este percurso. “Costuma-se dizer ‘se querem pássaros plantem árvores’ que eles vêm. O mais difícil já fizemos, agora com o tempo as pessoas virão, é uma consequência lógica. Já temos visto várias vezes pessoas com bicicletas, a passear”, referiu.

Reportagem disponível, na íntegra, na edição de 2 de março de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 35,2€.