Com várias histórias na bagagem, Jorge Abreu conta-nos quais são os principais problemas que afetam a ribeira da freguesia que o viu nascer. Segundo o ativista, as descargas industriais e a falta de “civismo” da população têm posto em causa a biodiversidade existente nesta linha de água.
Foi nas escadinhas de Relva que nos encontramos com Jorge Abreu, fotógrafo e ativista pela ribeira de Silvalde. Há cinco anos, fundou um grupo nas redes sociais denominado Fauna e Flora de Espinho, onde tem dado a conhecer algumas das fotografias que tira nas zonas ribeirinhas do concelho e alerta para os problemas ambientais. “Comecei a documentar as descargas poluentes para o rio e vim a descobrir que a maioria vinha de uma unidade fabril em São Paio de Oleiros”, afirmou.
“Há dois anos, em julho, veio uma descarga industrial tão grande que todos os peixes, rãs e enguias morreram. Não ficou um!”, contou-nos, acrescentando ainda que foram vários os patos que vieram a falecer pouco depois.
Além das descargas industriais, Jorge Abreu aponta também para os efluentes domésticos, que tornam a ribeira de Silvalde “a mais problemática” do concelho. No entanto, o lixo também preocupa o ativista, principalmente da zona da feira semanal para jusante. “Entre a rua 20 e a linha do Vouguinha, veem-se dezenas de latas de refrigerantes, com caixotes do lixo ao lado” referiu, acusando a população de não ter “civismo”.
“A nossa ribeira é um postal autêntico”, afirmou Jorge Abreu, que nos conta que já têm chegado várias pessoas que o procuram para visitarem o curso de água e observarem espécies como as galinhas d’água, patos-reais, pegas, chapins, piscos, pardais, entre outros. “As pessoas sabendo da existência desta biodiversidade vêm visitar, mas o que encontram são lixo”, lamentou o fotógrafo.
Reportagem disponível, na íntegra, na edição de 9 de março de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.
