“Tentar aguentar à espera que um dia apareça uma nova piscina”

Foto: Sara Ferreira

A natação sincronizada, agora denominada por natação artística, faz parte do SC Espinho há muitos anos. O clube foi um dos primeiros a ter a modalidade e já conseguiu muitas conquistas. Porém, os tempos são de crise, por falta de atletas, mas os tigres mantêm a chama viva, à espera de melhores dias.

Sofia Silva é atleta do SC Espinho desde os seis anos de idade. Em 2019, dedicou-se ao treino de atletas, ajudando as treinadoras do clube. Hoje, a jovem espinhense é a responsável máxima pela equipa de natação artística dos tigres.

“O SC Espinho foi um dos primeiros clubes, a nível nacional, a ter esta modalidade”, recorda Sofia Silva.

Reconhecendo que o período de pandemia “foi muito complicado”, o clube conseguiu, apesar de tudo, manter a ligação com as atletas dentro do regime de permanência em casa. “Foi uma fase bastante difícil, sobretudo para as atletas. Ter um desporto que é praticado na água e não o poder fazer, dificultou-nos imenso a tarefa. Quer a nível dos treinos, quer da motivação das próprias atletas”, afirma Sofia Silva.

Após a pandemia, o SC Espinho encetou um processo de recuperação e de crescimento da modalidade.

“Houve algumas atletas que sentiram muitas dificuldades em estar longe da piscina durante tanto tempo. Depois não conseguiram conciliar a vida pessoal com a natação e abandonaram a modalidade”, diz a treinadora que se sente compensada, agora, por ter um grupo de novas atletas a iniciar a formação nesta vertente. “Estamos a começar do zero e já verificámos alguma evolução, o que é muito positivo, mas, para já, não podemos pensar na competição de alto rendimento porque ainda é muito cedo”, sublinha.

O encanto e a paixão de Sofia é, efetivamente, a natação artística. “Ter esta modalidade na cidade e, em particular no SC Espinho, faz todo o sentido”, afirma. “É uma atividade muito completa, versátil e dinâmica, pois tanto requer elegância e graciosidade como resistência e força”, explica. “As atletas, enquanto aplicam tudo isto nos exercícios, passam grande parte do tempo sem respirar, debaixo de água. É, por isso, uma modalidade muito rica, olímpica, e que envolve ginástica, ballet e treinos de força. Ou seja, envolve imenso trabalho”.

Artigo completo na edição de 23 de março de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.