A rua 23 há muito que apresenta sinais evidentes de degradação. Os moradores recordam que a via tinha minas de água e na repavimentação terão retirado condutas importantes ao escoamento das águas. As reparações dos serviços municipais não têm resolvido o problema que está a afetar vários prédios.
Os moradores e comerciantes da rua 23, entre as ruas 26 e 30, estão preocupados com as infiltrações e focos de humidade que afetam as caves e garagens dos prédios. Os condomínios já fizeram várias reclamações junto dos serviços municipais, mas a solução definitiva ainda não foi encontrada. Há quem tema que as águas possam afetar as fundações dos edifícios e apontam para a existência de minas de água que, outrora, seguiam o curso através de condutas que foram retiradas durante a pavimentação.
“Nasci nesta rua, numa casa que fica na esquina da rua 23 com a rua 28 e o meu pai contava-me que pelo meio desta rua passava uma mina de água”, descreve uma das moradoras que pediu anonimato.
“Na altura da construção do prédio, ao fazer a cave surgiu muita água. Na altura, teve de pagar o saneamento desde a cave até à avenida 24 e, por isso, não teve dinheiro para fazer mais obras que tinha planeado para casa”, prossegue a testemunha.
A mesma pessoa, com quem a Defesa de Espinho falou, recorda-se de haver uma fonte em frente ao oculista David e outra na avenida 24. Recorda ainda a existência de um fontanário com água da mina no parque João de Deus, junto à rua 23.
“Quando levantaram os paralelos da rua 23 para colocarem o alcatrão, retiraram do solo imensos tubos que seguiam pela rua abaixo”, recorda a testemunha que ainda se lembra de “ver os trabalhadores muito aborrecidos por terem de retirar tantos tubos”.
A testemunha afirma que “poucos anos depois, começou a aparecer água à superfície da rua e infiltrava-se nas caves dos prédios da zona. No meu prédio existe um motor e foi isso que valeu para não haver uma inundação mais complicada. Foi feita uma guia para que a água fosse direcionada para os pluviais”.
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