Embora não seja visível à primeira vista, a ponte que atravessa a ribeira na rua do Cruzeiro, em Anta, corre o risco de ruir. Só descendo por uma das margens é visível o desgaste nos pilares que sustentam a estrutura em betão. O alerta é dos moradores que tão bem conhecem o local, que se mostram muito preocupados com a situação e temem que um dia possa haver uma desgraça, com o colapso da estrutura.
Curiosamente, a ponte em questão não fica muito longe da ponte que ruiu em outubro do ano passado na rua Fonte da Rosa. Olhando de cima, da rua do Cruzeiro, em Anta, não se verificam quaisquer danos ou sinais de debilidade no arruamento ou na estrutura da ponte da ribeira da Gaiteira. A pavimentação está impecável e não há sinais de cedência nos pilares que suportam a estrutura em betão armado. Contudo, descendo por uma pequena escadaria, na margem esquerda da ribeira, são visíveis os rasgos provocados pela erosão da água por debaixo dos pilares que suportam toda a estrutura. “São buracos com cerca de 30 centímetros”, diz um dos moradores, Joaquim Ribeiro, que tão bem conhece o local que fica a poucos metros de sua casa.
“Moro neste local há cerca de 30 anos e lembro-me que reconstruiram a antiga ponte que acabou por desabar. A Câmara Municipal de Espinho construiu esta nova em betão armado e tapou um rego destinado à rega nos campos a poente e fez os alicerces em cimento”, recorda Joaquim Ribeiro.
A ribeira nasce em Pousadela (Nogueira da Regedoura) e é conhecida pela ribeira da Gaiteira desaguando na ribeira de Silvalde. As águas, ao longo dos anos, estão a danificar a estrutura de suporte da ponte. “A água, ao passar, está a danificar os alicerces que estão a ficar suspensos”, afirma o morador prevendo que “um dia vão perder a sustentabilidade”. “Temo que a ponte possa ruir”, alerta Joaquim Ribeiro apontando para debaixo da ponte.
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