Participaram numa prova nacional de jiu-jitsu em Vila Real e arrecadaram duas medalhas de ouro e uma de bronze. O grupo Primordial Move trabalha a arte marcial numa outra perspetiva e com base num conceito trazido do Brasil. Os resultados estão à vista.
Ricardo Matsumoto, Juliana Araújo e Pedro Guimarães dão corpo a um projeto com conceitos de treino inovadores. Os dois primeiros, vieram do Brasil e apostaram no jiu-jitsu, enquanto o silvaldense retomou a prática de uma modalidade que deixara há alguns anos.
“O Método Primordial tem origem no Brasil e a minha mulher, Juliana Araújo, trouxe para cá esta ideia e o conceito de treino”, explica o mestre (cinturão preto), Ricardo Matsumoto. “Era professor de jiu-jitsu e decidi criar esta equipa à qual se juntaram o Pedro Guimarães e outros atletas que abraçaram as aulas que fogem ao método convencional de treinos”, acrescenta.
Ricardo contou com a sua mulher, Juliana, para adaptar o Método Primordial à arte marcial e criou o grupo em finais de agosto do ano passado.
“Não era a nossa pretensão inicial trabalhar com o jiu-jitsu. No entanto, desde que cá chegámos, em 2022, promovemos aulas de defesa pessoal na praia e num ginásio e foi lá que o Ricardo conheceu o Pedro Guimarães e iniciámos nessa altura a prática de jiu-jitsu com este método”, dá nota Juliana Araújo.
“O Método Primordial implica movimentos básicos do dia a dia. São questões de autodefesa no sentido de nos protegermos durante, por exemplo, uma queda”, dá como exemplo a professora. “Conseguimos preparar o nosso subconsciente para uma reação rápida aos movimentos, mais adequados à situação com que nos deparamos, por exemplo, numa prova de jiu-jitsu e aquilo que resulta é sentirmos mais confiança”, sublinha.
“Pomos em prática, no início, alguns movimentos característicos do jiu-jitsu e que qualquer ser humano deveria executar como um abaixar, sentar-se no chão, sustentar com uma mão o próprio peso e equilíbrio”, complementa Ricardo.
Grupos pequenos para trabalhar melhor
Uma das grandes vantagens dos treinos do Primordial Move é o facto de se centrarem em grupos muito pequenos. “Não trabalhamos com grandes grupos nem usamos o método tradicional do treino. Porém, temos momentos destinados, exclusivamente à luta, mas não é esse o nosso objetivo prioritário do treino”, considera o professor que pretende, deste modo, “melhorar os aspetos técnicos de forma a não criar muito stress nos atletas”.
“Os treinos são, na maioria, ao final da tarde e procuramos que não aumentem muito a adrenalina, pois iria perturbar o descanso dos atletas e o próprio sono, quando no dia seguinte têm de ir para o trabalho. Procuramos o treino da luta mais ao fim de semana, fazendo pequenas competições internas. Principalmente fazemos um treino de finalizações”, revela o mestre brasileiro.
Artigo completo na edição de 13 de junho de 2024. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.