Socialistas e social-democratas continuam a ter interpretações diferentes das contas camarárias

Foto: Bruno Caprichoso

O Partido Socialista (PS) de Espinho reagiu hoje [26 de abril], em comunicado, a uma publicação do Partido Social Democrata (PSD), acusando o partido da oposição de fazer “um exercício gritante de desonestidade intelectual, que não dignifica a democracia local e em nada contribui para o futuro de Espinho”.

Na sua publicação nas redes sociais, o PSD de Espinho afirma que “o executivo socialista na Câmara Municipal herda da gestão municipal de 2021 um saldo de gerência de 4,8 milhões de euros e uma margem disponível de 1,9 milhões de financiamento”, pelo que “os documentos da Prestação de Contas de 2021, agora apresentados pela Câmara Municipal de Espinho, revelam a inexistência de qualquer buraco da Câmara no Orçamento de 2022”.

No comunicado de hoje, os socialistas contradizem estes argumentos entendendo que os documentos “demonstram é muito simples e factual – a autarquia teve um resultado líquido do exercício negativo na ordem dos 1,2 milhões de euros, perpetuando um ciclo de gastos acima dos rendimentos que coloca o município numa situação de dependência de financiamentos e empréstimos bancários”. E acrescentam:

“O anterior executivo municipal, liderado pelo PSD, deixou como parte da herança uma verba de 11 milhões de euros em empréstimos contraídos por um período de 15 anos e do qual não deixaram pago um único euro”.

Segundo o PS de Espinho, “os documentos de Prestação de Contas do Município de Espinho referentes ao ano de 2021 espelham, portanto, o contexto de dificuldades e constrangimentos financeiros a que a autarquia está sujeita, não tendo qualquer correspondência com os cenários fantasiosos e utópicos daqueles que proclamam a saúde financeira do município, mas deixaram o concelho num estado caótico, a autarquia reduzida a serviços mínimos e empreitadas, como a do Estádio Municipal, lançadas sem a garantia de ter as verbas necessárias para as concluir”.