Redução da taxa da água é uma das medidas para ajudar comércio

Comércio
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Face à situação difícil em que se encontra o comércio local, a Câmara Municipal avança com medidas para ajudar o setor.

Lojas e restauração estão abrangidas, desde que cumpram os requisitos legais.

Lisandra Valquaresma

O vírus chegou a Portugal no início de março e desde aí começou a deixar marca. Caso após caso, a mensagem mais ouvida era sobre a importância de ficar em casa. Os problemas começaram aí. As lojas perderam muitos clientes, as vendas baixaram e o grande impacto chegou a 18 de março com a declaração do primeiro estado de emergência no nosso país. Tendo em conta a situação excecional que o mundo ainda atravessa, na altura, o governo português decidiu, para tentar travar a propagação da doença, encerrar todos os estabelecimentos não essenciais. Para muitos foi um golpe. A economia ressentiu-se e muitos comerciantes começaram a sentir dificuldades.

A 9 de novembro, a chegada de mais um estado de emergência voltou a preocupar quem está no mundo do comércio local e da restauração. As novas regras foram duras, tiraram as pessoas das ruas e, consequentemente, das lojas. Em Espinho, a situação não é diferente.

Face ao agravamento da situação atual provocada pela segunda vaga da pandemia por Covid-19, a Câmara Municipal de Espinho decidiu implementar novas medidas de forma a apoiar o setor do comércio local e restauração. Assim, haverá uma redução de 50% da taxa fixa de consumo de água, saneamento e RSU (Resíduos Sólidos Urbanos), até 31 de janeiro do próximo ano, para todos os estabelecimentos e empresas que cumpram os critérios já anteriormente estabelecidos pelo governo, tendo em conta o CAE (Código das Atividades Económicas) que permite o agrupamento de todas as entidades produtoras de bens e serviços, por ramos de atividade em Portugal.

Para além disto, haverá a isenção de taxas de licenciamento de esplanadas até ao final de 2021, desde que estas estejam corretamente licenciadas pelas entidades competentes.

Para ajudar o comércio na vertente online, foi anunciada uma parceria com os CTT (Correios) para a realização de entregas ao domicílio no concelho de Espinho, no prazo de duas horas após a confirmação da encomenda. A compra deve ser feita através de uma App (aplicação no telemóvel).

De forma a estimular as compras na cidade, será ainda feita a atribuição de Vouchers. Por cada compra efetuada no comércio local acima de 20 euros, o comprador recebe um cupão, que o habilita a um sorteio para receber os vouchers. Na loja de turismo, existirá uma tombola onde devem ser depositados os cupões. No total, serão sorteados 127 vouchers que vão desde os 20 euros até a mil euros, para posterior utilização no comércio local. Esta medida terá início dia 25 de novembro e estará em vigor até ao dia 6 de janeiro de 2021. Todos os restaurantes e lojas de Espinho podem aderir a esta medida que será sorteada a 8 de janeiro. Os vouchers podem, depois, ser utilizados até 28 de fevereiro do próximo ano.

Este pacote de medidas surge para apoiar o comércio e restauração de Espinho, justamente numa fase em que se aproxima a época natalícia. A iluminação de Natal da cidade, inaugurada no passado dia 13 de novembro, e o Programa “Espinho Cidade Encantada” tornam-se como mais uma medida de apoio, já que é objetivo atrair gente a Espinho e às suas lojas, dinamizando a economia local.

Em comunicado, Pinto Moreira, presidente da Câmara Municipal, acredita que “os comerciantes de Espinho são um dos pilares da economia local do concelho.” Neste sentido, foi “por eles” que estas medidas foram tomadas, “num momento e numa circunstância que se justifica mais do que nunca a necessidade desse apoio”.

CAIXA AO LADO

“O feedback tem sido muito positivo”

A Confraria da caldeirada de peixe e do camarão de Espinho, tendo em conta os prejuízos decorrentes dos dois fins-de-semana de recolhimento obrigatório, está a ajudar os restaurantes na entrega de almoços ao domicílio no concelho, sem custos acrescidos para o cliente ou para os estabelecimentos. Segundo Emídio Concha, presidente da Confraria, “o primeiro fim-de-semana correu muito bem e houve várias solicitações. O feedback tem sido muito positivo e há até pessoas de concelhos limítrofes que lamentam não terem nada do género nas terras deles”.