Junta quer centro cívico em Guetim e a desagregação das freguesias

Antiga Escola Básica de Guetim seria o local deste novo Centro Cívico (Foto: DR)

Depois da criação da Escola Básica de Guetim, a antiga escola primária ficou desativada. Sem alunos e com o espaço desocupado, a Junta de Freguesia defende a criação de um centro cívico, com o objetivo de “criar uma nova centralidade na freguesia”.

Esta proposta, endereçada à Câmara Municipal de Espinho em outubro de 2020, pretende transformar o antigo espaço escolar para que possa “albergar vários serviços ao dispor da comunidade, reabilitando igualmente o espaço envolvente”.

Segundo Nuno Almeida, presidente da União de Freguesias de Anta e Guetim, “o objetivo passa por ali instalar a nova sede da futura Junta de Freguesia de Guetim”, uma vez que já tem em perspetiva a desagregação de Anta e Guetim. Além disso, há o objetivo de fazer “coabitar naquele edifício serviços sociais, um posto de enfermagem e atendimento médico, um espaço cultural e de convívio sénior e uma casa para o movimento associativo da freguesia”.

Este projeto tem por base, de acordo com o autarca, “uma visão de futuro para Guetim” e, por isso, afirma que este centro cívico “recupera uma ambição antiga da comunidade guetinense e da antiga Junta de Freguesia de Guetim, que tinham também o desejo de poder contar com uma nova sede e um centro cívico digno”.

Esta freguesia, agregada a Anta em 2013, pode ver alterada esta situação, já que o parlamento aprovou, na especialidade, uma lei-quadro de criação, modificação e extinção de freguesias, que prevê um regime transitório para a correção das agregações de freguesias ocorridas no país, numa lei que ficou conhecida como a “Lei Relvas”.

Apesar da alteração precisar ainda de ser sujeita a votação final, Nuno Almeida diz que esta nova lei “abre portas à reversão de uma injustiça cometida contra a vontade dos cidadãos, dos autarcas e da comunidade”, afirmando: “Ao longo destes anos, não desistimos de lutar pela desagregação e fizemos ouvir as vozes dos antenses e dos guetinenses, pelo que é uma grande satisfação assistir, agora, a esta decisão que tem tudo para ser histórica.” Para o autarca, o tema é “prioritário” e admite que “espera poder contar com o apoio de todas as forças políticas para concretizar a reversão”.