A história do desativado Restaurante Brenha começou do lado da rua 62, em janeiro de 1949, e só não completou 60 anos por três meses. Carlos Brenha, descendente dos fundadores do estabelecimento, recorda os tempos áureos da casa de restauração e os “notáveis” que lá se sentaram.
O projeto interno e externo foi feito pelo arquiteto Jerónimo Reis. Os móveis foram comprados na Fábrica Reis e as cadeiras tinham, inclusive, a chancela da marca espinhense. “Não posso precisar, nem encontro documentos sobre quando é que foi aberta a parte debaixo, ou seja, da Rua 8, mas talvez em 1955. Sei que, na época, quem servisse às mesas no Restaurante Brenha estava vestido a rigor, com um casaco azul de botões dourados. Tudo era servido de talher e as mesas tinham toalhas e guardanapos de pano. Havia mesa de apoio e o prato era ali preparado com requinte. Isto já no ano de 1955”, conta Carlos Brenha, hoje com 55 anos, neto e filho dos fundadores do antigo espaço de restauração espinhense.
O casino só funcionava sazonalmente no verão, primeiro durante três meses e, depois, ao longo de um semestre. Por isso, o Restaurante Brenha trabalhava praticamente 24 horas por dia. “De manhã estavam o meu avô, a minha avó e o pessoal. Da parte da noite, e até às 6 horas da manhã, estavam o meu pai e um cozinheiro, que era da zona de Caldelas [Guimarães]. A casa enchia quando o casino fechava, às 2 ou 3 horas da madrugada. Os clientes ficavam até às 5 horas da manhã a comer arroz de cabidela, tripas ou qualquer prato quente, aquilo a que chamamos de comida feita no tacho. As pessoas que frequentavam a vida noturna em Espinho iam para o restaurante Brenha. E também as bailarinas espanholas que atuavam no casino”.
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