Uma família síria foi acolhida pela Delegação de Espinho da Cruz Vermelha Portuguesa. O serviço de apoio a um casal e três crianças é prestado no âmbito do Grupo de Trabalho para a Agenda Europeia da Migração, coordenado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, e dos Programas de Recolocação e Reinstalação de Refugiados.
“Falo árabe e entendo um pouco a língua inglesa”, diz Mohieddin Ghassan, nascido há 34 anos, em Damasco. Cordial no primeiro contacto, junto à Delegação de Espinho da Cruz Vermelha Portuguesa, onde uma arrecadação foi transformada em funcional espaço habitacional T2, vai soltando simpatia enquanto se desloca, acompanhado pela esposa Maryam Haitham, que empurra o carrinho do bebé Rakan, de 1 ano, para a Escola 2 de Espinho onde dois filhos, Hassan, de 7 anos, e Jadallah, de 5 anos, os aguardam com muita ansiedade. O reencontro apazigua a pequenada, agora mais comunicativa no seio familiar e divertida no parque infantil a poente do Multimeios e mais animada com a sugestão de um passeio até à beira-mar.
Devido a um acidente rodoviário, Mohieddin Ghassan tem uma deficiência motora (na perna esquerda). “Sempre vivi em Damasco, num dos bairros orientais da cidade, mas com o surgimento da ‘grande batalha’ tudo ficou fora de controlo do regime de Assad. Decidi, com muito sacrifício, determinação e tristeza, que tínhamos de sair do país, à procura de segurança, esperança e paz”.
O taxista e a cabeleireira de Damasco não escondem a felicidade que sentem desde que foram acolhidos em Espinho, a 6 de dezembro de 2021. Assumem-se como pessoas de trabalho e disponíveis para retribuir o apoio e o bem-estar que lhes faz superar as vivências inesperadas e agrestes. “Espero conseguir um emprego que se adeque ao meu estado de saúde. E espero aprender português rapidamente, porque é a chave de tudo para mim”.
Reportagem completa na edição de 27 de janeiro de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 30€.
