Foto: Sara Ferreira

Cristiana Sofia deixou as quadras no início de 2022 depois de 11 anos de tigre ao peito. A voleibolista acompanhou a subida do plantel sénior feminino desde a III à I Divisão e relembra “o orgulho de ter feito parte desse momento”. Deixa em aberto um possível regresso à modalidade, mas garante que continua a acompanhar os jogos e não deixa de vibrar com as exibições do seu Sporting Clube de Espinho.

Como se iniciou na prática desportiva?

Desde pequenina que sempre fui virada para o desporto. Acho que nasci para jogar. Comecei por ser muito virada para o futebol, andava sempre com os rapazes a jogar e até disseram aos meus pais para me porem no futebol feminino, só que, naquela altura, a equipa mais conhecida era o Boavista e não tínhamos possibilidades para eu ir para lá. Entretanto, disse aos meus pais que queria entrar para um desporto e pensei na natação, porque achei que era mesmo importante, e acabei por praticar natação durante dois anos, aqui na Piscina de Espinho (SCE). No fim do segundo ano, por influência de amigos meus, fui para o voleibol do Sporting Clube de Espinho. Fui experimentar, apaixonei-me e acabei por ficar 11 anos no Espinho sem interrupção, até agora.

Mencionou a paixão pelo futebol. O futsal nunca foi uma opção?

Foi depois. No secundário encontrei uma amiga que jogava futsal no Novasemente e ela disse-me que a altura em que ela entrou coincidiu com a minha entrada para o vólei e também como a expansão do Novasemente no futsal feminino. Então acho que foi falta de informação na altura, porque, se calhar, poderia ter ido para o futsal.

Mas arrepende-se de ter escolhido o voleibol?

Não. Não mesmo, porque foi incrível. Foi um desporto que me fez bem, que me criou obstáculos, criou desafios. Adorei.

O que a fez apaixonar-se pelo voleibol?

Isso é uma boa pergunta. Não sei. Acho que a facilidade que tinha no desporto em geral ajudou-me, porque, embora o voleibol seja mais técnico, essa facilidade ajudou-me a evoluir mais num curto espaço de tempo. Lembro-me perfeitamente que, nos dois primeiros anos de voleibol, nos Infantis, tive dois treinadores: o Paulino e depois a Filipa Teixeira. E lembro-me de saber que o Paulino me tinha usado como exemplo às equipas que teve a seguir, por causa dessa mesma evolução. E senti isso também com a Filipa no ano seguinte, o meu segundo de voleibol, porque passei de uma equipa de Iniciadas em que estava com idade de Infantil e não jogava praticamente, para uma equipa já com a minha idade de Iniciada em que tive muito mais tempo de jogo. Nesse ano, fomos à fase final e lembro-me da Filipa ter dito que o treinador do Arcozelo perguntou quem era a jogadora número dez e ela respondeu: “Aquela número dez jogou sempre contra ti”. E isso foi só mais uma prova da minha evolução.

E qual a razão para ser o número dez?

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 21 de abril de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 30€