Luís Montenegro candidato a presidente do PSD (Foto: DR)

“Acreditar no PSD e na sua capacidade para, primeiro liderar a oposição e, depois, governar o país”, é o apelo de Luís Montenegro para as eleições do próximo sábado, às quais concorre com Jorge Moreira da Silva na sucessão de Rui Rio. O espinhense apresenta-se pela segunda vez à liderança social-democrata, com a ambição de fazer um partido “reformista” e “inconformado”.

“Naturalmente que conto com um apoio expressivo dos militantes de Espinho”, diz sem balbuciar o candidato à presidência do PSD, assumindo que se trata de um apoio “político”, “mais do que emocional”. Como diz Luís Montenegro, em nenhuma terra o “conhecem tão bem”. Ele que já foi um jovem líder da concelhia local, um combativo vogal da Assembleia Municipal – mais tarde, presidente deste órgão – vereador e candidato à Câmara. Pelo meio, um longo percurso na Assembleia da República, sempre sem se desligar totalmente das raízes locais. “Os militantes do PSD de Espinho sabem que nunca abandonei o concelho e que me formei politicamente aqui. Também nessa altura havia um poder absoluto e uma travessia longa de oposição. Mas soubemos perseverar e vencer. Com humildade, muito trabalho e proximidade. É isso que tentarei fazer no país. Portugal precisa de um PSD forte e nós não vamos falhar”, sustenta o espinhense.

Com 49 anos e a protagonizar a segunda corrida à liderança do seu partido, o espinhense regista que é tempo de renovar o PSD, atraindo os melhores quadros da sociedade civil e motivando a militância de base. “É hora de lançar um novo ciclo de renovação, de esperança, de mobilização, de abertura e de ambição”, acrescenta.

Lançar o Movimento Acreditar é um dos propósitos de Luís Montenegro, seguindo a metodologia de “Estados Gerais” como forma de valorizar o projeto político do PSD para 2026. “Será a plataforma de discussão política com a sociedade, as suas instituições e personalidades, onde os atores partidários interagem com pessoas independentes, com vista a elaborar um programa eleitoral nos próximos dois anos”.

Luís Montenegro salienta que esta opção permitirá ao partido, entre 2024 e 2026, concentrar-se em apresentar alternativas, ajustando o seu programa eleitoral de acordo com a evolução da realidade. “O PSD vai inovar e não deixará para o período pré-eleitoral, a um ou dois meses de eleições legislativas, a apresentação das suas linhas de força no âmbito do programa eleitoral. Pelo contrário, vamos concentrar-nos nos dois anos finais da legislatura na divulgação e esclarecimento aprofundado das nossas propostas eleitorais”.

É o homem certo, no momento certo

Pinto Moreira

“É essencial recuperar a capacidade do PSD como um partido reformista por natureza e dinâmico por vocação”, sublinha, confiante num resultado vitorioso no último sábado de maio. “Hoje, como nunca, os cidadãos procuram nos políticos características de competência, consistência e responsabilidade; de elevados padrões éticos e profunda competência técnica e política”.

Para Pinto Moreira, o antigo líder parlamentar “reúne condições únicas para ser um grande líder do PSD”. A primeira que Pinto Moreira aponta são as “características interclassistas e humanistas” que Luís Montenegro tem “muito marcadas” e que, na sua perspetiva, correspondem ao “código genético social-democrata”.

Face ao momento “muito difícil que o partido vive”, o atual deputado entende que Montenegro é o “homem certo no momento certo” cumprir três objetivos: “primeiro, agregar o partido que nesta altura tem profundas divisões”; “em segundo lugar, tem uma estratégia para o país”, que na opinião de Pinto Moreira vai permitir “confrontar o Governo com os insucessos, deméritos e incapacidades para reformar”; “terceiro, reúne competência, conhecimento e experiência para construir uma alternativa sólida e capaz para daqui a quatro anos”.

tem perfil e valor para mudar para melhorar o PSD e o país

Fernando Alves Pereira

Pinto Moreira valida estes três argumentos para a candidatura de uma figura de proa nacional, com quem partilha desde 1999 um percurso político. “Será um motivo de enorme e profundo orgulho para todos os espinhenses ver um dos seus a liderar um dos grandes partidos portugueses”, observa o deputado social-democrata que diz não esperar outra coisa “que não seja uma estrondosa e clara vitória de Luís Montenegro no concelho onde ele sempre viveu”.

“Há que reconhecer que concorrem duas figuras com muito valor à presidência nacional do PSD e isso é muito importante nesta fase menos positiva do partido”, constata Fernando Alves Pereira, militante silvaldense de referência. “Mas reconheço o grande estofo de Luís Montenegro para assumir o partido”.

O apoiante espinhense diz confiar “na capacidade e na qualidade” do seu conterrâneo para assumir o partido e “vir a ser o próximo primeiro-ministro”. “Tem perfil e valor para mudar para melhor o PSD e o país”, conclui Fernando Alves Pereira.

é o líder capaz de gerar a união de esforços de que o PSD precisa

João Passos

João Oliveira Passos também considera que o partido vive uma crise, neste caso de “identidade, ideológica e sociocultural”, desde 2015, e que “urge ultrapassar, sob pena de o partido se tornar irrelevante na sociedade portuguesa”. Para responder neste contexto, o militante e vereador em Espinho considera que Luís Montenegro é a pessoa indicada: “pelo que conheço do seu trabalho, que acompanhei ao longo de mais de 20 anos, é o líder capaz de gerar a união de esforços de que o PSD precisa para recuperar a sua identidade e representatividade social”.

Na perspetiva de João Passos, Luís Montenegro vai saber “reconstruir o PSD e dar a Portugal uma nova esperança, assente nos verdadeiros valores da social-democracia, sem tibiezas ou hesitações no combate político ao Governo socialista”.