Fotografia: DR

É um dos desportos mais procurados no verão e um dos que traz mais adrenalina a quem o pratica, mas o surf, ao contrário do que muitos possam pensar, está ao alcance de qualquer um, basta que se sinta vontade de experimentar.

Beatriz Morgado, de dez anos, é natural de Vila Nova da Barquinha e sofre de paralisia cerebral. É em Espinho, na clínica Kinésio, que realiza alguns dos seus tratamentos, mas é também na cidade, e no mar espinhense, que usufrui de bons mergulhos e tudo graças ao surf adaptado. Segundo o pai, Nuno Morgado, as aulas não acontecem de forma regular dada a distância entre Vila Nova da Barquinha e Espinho, mas sempre que as viagens se realizam, a pequena Beatriz não deixa de pedir mais um mergulho no mar. “Decidi levá-la ao surf porque a Beatriz gosta de experimentar tudo. Ela demonstrou vontade em fazer esta atividade, por isso, quisemos que experimentasse. Vamos algumas vezes a Espinho para ela fazer os tratamentos durante a semana e depois, ao fim de semana, vamos à praia para ela fazer surf”, conta Nuno Morgado.

A última vez que a pipoca Beatriz, como é carinhosamente apelidada, esteve em Espinho foi em junho. Dado o seu gosto pelo surf, a criança voltou a entrar no mar “cerca de três vezes”, recorda o pai, explicando que é com o auxílio dos professores da escola de surf Green Coast que isso é possível. “Sempre que vamos a Espinho ela fala do surf e da vontade em voltar. Inclusivamente, há pouco tempo, já me perguntou quando vamos a Espinho para ir poder surfar novamente”, revela. Apesar de algum receio inicial nas primeiras aulas, Beatriz rapidamente perdeu o medo e, lado a lado com os professores, desfrutou das ondas. “Olhando para trás percebe-se que ela perdeu o medo que tinha de estar na água e, além disso, é sempre bom porque tem a oportunidade de conviver com outras crianças, quer sejam miúdos com problemas ou sem problemas e isso é muito proveitoso para ela”, explica Nuno Morgado, mostrando-se feliz por, nesses momentos, ver a filha também feliz. “De facto, ela sente-se muito bem e pede sempre para voltar. Já não sente medo, sente-se bem dentro de água porque consegue fazer melhor os movimentos. No fundo, sente-se mais liberta e mais à vontade.

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 18 de agosto de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.