Tiago Freitas tem 21 anos e veio, esta época, defender as balizas da Académica de Espinho. O jovem jogador de hóquei em patins é filho do treinador Paulo Freitas e teve um percurso no Sporting CP, onde ganhou a Liga dos Campeões. Esteve nas seleções nacionais, sendo campeão europeu de sub-17. A um ano de concluir a licenciatura em Educação Física, Tiago quer manter a sua ligação ao hóquei em patins e ajudar a Académica a subir de divisão.
De que forma se ligou ao desporto?
Liguei-me ao desporto através do meu pai e do meu irmão. O meu pai foi guarda-redes de hóquei em patins, é treinador há muitos anos e o meu irmão seguiu o mesmo caminho. Quando tinha cinco anos, não queria nada com o hóquei em patins e só queria jogar futebol. Pratiquei essa modalidade até aos 10 anos. Nessa altura, optei por ser guarda-redes de hóquei em patins, influenciado por José Caldas, que era treinador do meu irmão.
Desde pequenino que soube andar de patins e enquanto o meu irmão estava a treinar numa baliza, eu estava do outro lado a brincar com uma bola. O José Caldas equipou-me à guarda-redes. Eu adorei esse treino e nunca mais quis outra coisa.
O seu pai, conhecido e reconhecido treinador de hóquei em patins, teve alguma influência na sua carreira desportiva até agora?
Não foi pelo meu pai. Ainda hoje, ele diz que o que mais quer é que os seus filhos sejam felizes, independentemente daquilo que façam. Nunca me obrigou a jogar hóquei ou a ter de optar por esta ou por aquela modalidade. Sempre acompanhei os jogos do meu pai e vibrei muito. Foi o José Caldas que me incutiu o ‘bichinho’ do hóquei em patins.
Matosinhos não é uma terra com grande inspiração para o hóquei em patins…
É verdade. Não sei dizer muito bem como aparecem jogadores de hóquei em patins em Matosinhos. Sempre acompanhei o meu irmão nos treinos em Fânzeres, no FC Porto, e foi por essa via que a modalidade surgiu na minha vida. Matosinhos é uma cidade que não respira hóquei.
Por que razão foi para a AD Valongo?
Estive durante um ano e meio no FC Porto e, nessa altura, muitos dos jogadores das camadas jovens foram para a AD Valongo. Numa fase inicial, disse que queria continuar no FC Porto, mas como o diretor da AD Valongo insistiu, acabei por aceitar. Não me arrependo, porque fui muito feliz ali.
Como foi o seu percurso em Valongo?
Tenho um carinho muito especial por esse clube. Gostava muito da cidade, porque respira hóquei. Jogava lá quando o clube foi campeão nacional e o pavilhão estava completamente cheio.
Houve alguma referência nesse clube, quer a nível de jogadores ou de treinadores, que tenha deixado marcas?
Os meus colegas de equipa deixaram-me profundas marcas, sobretudo a nível de amizade. Ainda agora me encontro com eles e temos uma relação muito próxima, fruto desse percurso. A maior parte desses meus colegas está a jogar na equipa sénior da AD Valongo.
Quanto a treinadores, cada um deixou a sua marca em mim. Por isso, estou muito grato a todos os treinadores que passaram pela minha curta carreira. Aprendi muito com cada um deles. O Hugo Azevedo foi meu treinador e, agora, está no nosso rival da Juventude Pacense. Aprendi imenso com ele, como pessoa e como homem. Depois tive o Pedro Pinto, que é um grande amigo pessoal.
Em relação aos atletas, sempre olhei muito para os guarda-redes, por ser a minha posição no hóquei em patins. Tive a sorte de conhecer o Ângelo Girão, em Valongo, e de o acompanhar e treinar com ele no Sporting CP. É um amigo pessoal e é uma referência para mim. É um ídolo, porque já o via em Espinho quando o meu pai era o treinador da Académica. Quando era mais novo tentava replicar as posições do Girão na baliza.
Entrevista completa na edição de 6 de outubro de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.