"Ainda é de noite da linha do vouga" é o tema do projeto de André Gouveia (Fotografia: Sara Ferreira)

Natural de Espinho, André Gouveia, hoje com 32 anos, cresceu com o vouguinha à porta. Sem imaginar que um dia iria ser fotógrafo, criou na sua mente, durante anos, uma linha imaginária onde o comboio circulava todos os dias. Em 2020, já sem a inocência da infância, foi percorrer e fotografar o troço da linha do vouga, mas aquilo que encontrou em nada correspondia ao que tinha sonhado.

“Ainda é de noite na linha do vouga, onde se viaja no tempo” é o nome do projeto, mas ainda que admita que não está terminado, André viu o trabalho ser escolhido e publicado no jornal Público.

Como surgiu a paixão pela fotografia?

Como costumo dizer, a paixão pela fotografia acabou por vir quase como de paraquedas. Inicialmente queria ser arquiteto, tal como o meu pai, e, por isso, fui estudar arquitetura, mas quando me deparei com o curso percebi que não era aquilo que queria. Acabei por desistir, mas por acaso, num certo dia, decidi comprar uma revista de fotografia. Aquilo chamou-me a atenção. Pensei que ser fotógrafo era uma coisa interessante e que obrigava a não estar sempre no mesmo local. Isso levou-me a comprar uma câmara, mas como não sabia muito bem trabalhar com ela, decidi ir fazer um curso de fotografia. A paixão começou aí.

Foi nessa altura que decidiu que seria esse o caminho para o futuro profissional?

Sim, depois nunca mais hesitei. Tirei a minha formação profissional, mas como os meus pais faziam gosto que eu tirasse uma licenciatura, acabei por ir fazê-la. Mais tarde, fiz um estágio e depois consegui o meu primeiro emprego. A partir daí nunca mais deixei a fotografia nem me imagino a fazer outra coisa.

O que o apaixonou na fotografia?

Sem dúvida o facto de a fotografia ser um veículo de comunicação e de poder contar histórias. Eu nunca fui bom a exprimir-me por palavras, mas na fotografia vi uma forma de poder partilhar aquilo que sinto, ou as histórias que gostava de partilhar com o mundo. No fundo, é mostrar o meu ponto de vista sobre os temas.

O que o inspira para fotografar?

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 17 de novembro de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€