(Digitalização Cadernos D'Espinho)

É a arte que “nos entra pelos olhos dentro”, capaz de transformar vidas e exacerbar sentimentos. Espinho já foi palco de grandes sucessos, tratou o cinema por tu, mas testemunhou também o desaparecimento das grandes salas.

A Defesa de Espinho foi recordar o passado e conta-lhe, com a ajuda de alguns protagonistas do passado e da atualidade, o caminho do cinema em Espinho.

A história é longa e começa bem lá atrás. De mãos dadas com o cinema há vários anos, Espinho foi palco de exibição dos maiores êxitos que a sétima arte já conheceu, teve algumas das salas de cinema mais frequentadas do passado e registou, naqueles tempos, um frenesim que a catapultava como uma das cidades favoritas para momentos de passeio, diversão e socialização.

Tal como explica Mário Augusto, jornalista espinhense especializado nesta temática, Espinho “foi o terceiro lugar do país a ver cinema”, logo depois de Lisboa e do Porto, numa altura em que esta arte era ainda uma novidade. “O primeiro projecionista veio, em 1896, mostrar cinema a Portugal, mas, como era verão, aproveitou para vir a Espinho apresentar a tecnologia que tinha, até porque Espinho tinha um avanço enorme em relação a outras localidades, uma vez que tinha luz elétrica na rua por causa da fábrica Brandão Gomes”, conta Mário Augusto, explicando essa apresentação acabou por acontecer no antigo Teatro Aliança.

Dada a estreita ligação da cidade com o mundo cinematográfico, “fazia todo o sentido que o cinema fosse um dos destaques na coleção” dos Cadernos D’ Espinho, afirma o jornalista e um dos autores da coletânea bem conhecida dos espinhenses. Lotação Esgotada dá nome ao volume 6 e revela, ao longo de mais de 90 páginas, todos os pormenores e curiosidades de uma das fases mais douradas da cidade.

Ainda numa fase bastante embrionária do cinema, Espinho já registava, com grande sucesso, a presença de alguns cinematógrafos, como o Cinematógrafo Avenida ou, mais tarde, o Cinematógrafo Peninsular. Tal como se lê do volume dos Cadernos D’ Espinho dedicado ao cinema, “a partir de 1896, o público espinhense não mais deixou de assistir a espetáculos cinematográficos”.

Reportagem disponível, na íntegra, na edição de 22 de dezembro de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€