Nelson Marques dedica-se agora à escrita. Último livro relata a vida e os segredos de Chefs Sem Reservas (Fotografia: Diana Tinoco)

Com 21 anos de carreira no jornalismo, Nelson Marques continua a seguir o seu propósito de levar mundo às pessoas. Apesar de ter deixado as redações dos jornais há pouco tempo, dedica-se aos livros, mantendo a paixão pela escrita bem presente.
A viver em Oeiras, confessa as saudades de Espinho, garantindo que nunca foi objetivo sair da cidade, mas a ambição de uma carreira no jornalismo assim o exigiu.

É natural de Espinho, mas já não vive na cidade. Que memórias ainda preserva da vida cá?

Tenho muitas memórias. Os meus pais vinham de famílias humildes, os meus primeiros seis anos de vida foram numa casa em Anta, conhecida como a casa do padre Joaquim, mas com condições precárias. Mais tarde, mudámo-nos para a rua 28, aí já num ambiente muito diferente. Tínhamos um pátio e até cheguei a escrever sobre ele no Expresso, chamando-lhe o pátio dos sonhos, que era onde os miúdos da zona se reuniam. Foi o local onde aconteceram muitas brincadeiras e onde jogávamos juntos. Além disso, guardo a memória da escola primária e das reguadas que levei por dar erros na composição. Na minha juventude eu queria jogar basquetebol, mas os meus pais não me podiam levar até Ovar e, não sei como, fui parar ao ténis, primeiro na Académica de Espinho e depois no Clube de Ténis de Espinho.

Foi fácil tomar a decisão de sair de Espinho?

Eu nunca quis ir embora, nunca tive espírito de emigrante. Gosto muito de viajar, mas gosto ainda mais de voltar. Sempre gostei desta ideia de me sentir confortável nos locais que piso. Fui para Coimbra estudar jornalismo, mas a minha ideia era Braga. Não consegui porque a prova de ingresso que pediam era Filosofia, mas ainda bem que fui para Coimbra. Foi uma boa experiência universitária.

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 05 de janeiro de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€