Assembleia Municipal: Centro de saúde com Raio X e Marinha com unidade de saúde ainda este ano

O estado do Município foi o tema para o debate da Assembleia Municipal de Espinho que decorreu ontem [12 de abril]. Um debate lançado pelo PSD, que esteve aquém das expectativas do muito público presente e que esperava obter mais respostas sobre os temas que têm centrado a vida política local, nomeadamente sobre o estádio municipal.

Uma recomendação do Partido Social Democrata (PSD) que justificou o agendamento de uma assembleia extraordinária e uma proposta de deliberação apresentada pelo Partido Socialista (PS), acabaram por marcar o início da sessão. “Uma recomendação que nada fala sobre Espinho e sobre os seus problemas” e que “nada traz ou reflete os interesses da população”, referiu a vogal comunista, Ana Rezende, na sua primeira intervenção. Dois documentos que não foram mais do que “uma troca de acusações entre o PSD e o PS”, sublinhou.

Na sua intervenção, o vogal do PS, José Novo acusou o PSD de ter “um discurso de escárnio e maldizer” e de o social democrata, Paulo Leite se ter “transformado num velho do Restelo”. O socialista defendeu a legitimidade do atual Executivo, com base num programa eleitoral que foi a sufrágio dos espinhenses. José Novo disse que o estádio municipal “foi mal nascido” e que “avançou de qualquer maneira” porque “havia um objetivo político”.

Também a socialista Ana Paula Africano se referiu ao estádio municipal como um investimento com “capitais exclusivamente do Município” e que terá começado com um orçamento de 2,5 milhões de euros, passando pelos 4,1 milhões de euros e que “não se sabe onde irá parar”. “Tratam-se de recursos exclusivamente municipais”, que não têm “a possibilidade de se recorrer a verbas comunitárias”.

O Executivo, quer a presidente, Maria Manuel Cruz, quer o vice-presidente, Luís Canelas, escusaram-se fazer quaisquer tipo de comentários enquanto está a decorrer o processo de auditoria sobre aquela obra pública. Além da questão do estádio municipal, foram muitas as perguntas lançadas pelos vogais, tais como as relacionadas com a saúde, escolas, equipamentos municipais e habitação.

A presidente da Câmara explicou que a obra na Unidade de Saúde da Marinha será executada “dentro das verbas destinadas às comunidades desfavorecidas”, deverá ser “adjudicada no final de agosto” e “deverá começar a funcionar ainda este ano”.

Segundo a autarca “serão feitas reparações na Unidade de Saúde de Paramos e a de Silvalde irá sair da Junta de Freguesia onde está a funcionar de forma muito precária e irá para um outro local ali muito próximo”. Maria Manuel Cruz adiantou ainda que “será construído um novo centro de saúde para as populações de Anta e de Guetim”.

A delegação de competências na área da saúde, segundo a presidente, “é diferente da área da educação”. A Câmara Municipal ficou “com cinco assistentes operacionais – um telefonista e quatro motoristas”. Maria Manuel Cruz informou que o Centro de Saúde de Espinho “passará a ter Raio X”, facto que obrigará o Município a fazer uma obra para a sua instalação.

Paulo Leite, líder da bancada do PSD, acusou o PS de se ter concentrado no documento dos social-democratas e relembrou que o seu partido esteve no poder durante “12 dos 30 últimos anos”. O vogal e líder da concelhia quis saber se a equipa socialista do Executivo estaria, ou não, “comprometida com o seu programa eleitoral”.

Sobre o estádio, o líder dos social-democratas falou do caso do Famalicão cuja construção do estádio municipal “até tem o apoio do secretário de Estado, que é do Partido Socialista. O PS em Espinho nunca quis o estádio”, disse Paulo Leite. Para o social democrata, os políticos são eleitos “para resolver os problemas” e “o PS não tem sido capaz de os resolver”, disse o social-democrata.

Na sua intervenção política, o vogal do Bloco de Esquerda (BE), João Matos deu nota de que “era importante que houvessem sinais claros de distanciamento do passado que liga Maria Manuel Cruz e Leonor Fonseca a Miguel Reis. Não venham com a conversa que isto põe em causa o estado de direito democrático”, sublinhou o vogal do BE.

“É necessário mudar as políticas seguidas, nomeadamente as da educação e as urbanísticas deste município”, evidenciou o bloquista.

“Vivemos tempos neste Município que correspondem à pouca vergonha” e, por isso, “lamento que nesta Assembleia Municipal não se possa ter aprofundado devidamente questões graves que têm a ver com a vida da maioria das pessoas que vivem e trabalham neste município”, concluiu.