Futebol de rua: Inclusão e solidariedade

Foto: Francisco Azevedo

O auditório do Centro Multimeios de Espinho esteve completamente cheio para assistir esta noite [7 de junho] à apresentação da segunda edição do futebol de rua que irá realizar-se em setembro próximo e ao concerto (solidário a favor da paróquia de Espinho) pela Banda da Força Aérea Portuguesa.

Na cerimónia, o presidente da Associação de Futebol Popular do Concelho de Espinho (AFPCE), Tiago Paiva, destacou a importância da iniciativa que, este ano terá terá uma componente social de ajuda à cantina da Paróquia de Espinho e agradeceu o apoio que as empresas espinhenses deram ao evento e o que têm dado ao futebol popular em particular. “Espinho tem pouco tecido empresarial, mas o pouco que tem é de qualidade”, salientou o dirigente destacando, ainda, “o importante apoio que as empresas têm dado às causas sociais”.

Por sua vez, o pároco de Espinho, padre Artur Pinto começou por dar nota dos números que estão por detrás da ação que a Paróquia de Espinho tem tido na cantina social. “Antes da pandemia abrangíamos 35 pessoas e, atualmente, já ultrapassamos as 85”, revelou o pároco mostrando o quão importante são as iniciativas solidárias com a causa. “Parámos as obras na igreja para podermos responder a todos os pedidos e durante dois meses tivemos de custear todos os alimentos”, revelou.

“Em primeiro lugar estão os nossos cidadãos, os nossos conterrâneos. Não estamos a falar de números! Estamos a falar de pessoas”, alertou o padre.

Das intervenções dos embaixadores destacou-se a de Vítor Matos, treinador adjunto do Liverpool que referiu que “o futebol de rua comporta um conjunto de valores educativos e humanos”, superando, muitas vezes, “as dificuldades, com imaginação e criatividade”.

Por seu turno, o diretor regional do Norte do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), Vítor Dias, sensibilizado com as palavras do padre, prometeu tentar ajudar. “Vamo-nos deixar de retóricas e passar aos atos”, apelou Vítor Dias.

O responsável pelo IPDJ no Norte, elogiou, ainda, a iniciativa realizada pela Câmara Municipal e pela AFPCE. “A rua é um espaço de liberdade e de inclusão por natureza”, referiu Vítor Dias apontando os exemplos de Eusébio e de Messi jogadores que começaram a jogar futebol na rua.

“O futebol tem todas as cores e não tem barreiras”, disse Vítor Dias, acrescentando que neste desporto “somos todos iguais”. “São estes valores que têm de ser transmitidos porque as coisas mais simples são as mais belas”, afirmou o dirigente do IPDJ.

A encerrar as várias intervenções, a presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz começou por se referir ao “trabalho de grande proximidade, diálogo e cooperação com a AFPCE” e reconheceu que aquela associação “tem sido o verdadeiro motor e mentor deste projeto”.

Para Maria Manuel Cruz, “o futebol de rua é um grande projeto comum” e que “tem o mérito de mostrar a essência deste desporto que desperta paixões e que faz parte da identidade cultural do nosso país”.

“Num momento em que se vivem tantas tensões e polémicas em torno da modalidade, encontrar o foco nas raizes e na simplicidade do futebol de rua é de uma importância absolutamente vital”, destacou a autarca espinhense, acrescentando que uma das grandes virtudes é de “promover a inclusão social, a capacitação e o desenvolvimento de competências pessoais e sociais dos mais jovens”.

“O futebol popular pode contar com o Município de Espinho para ajudar na angariação de géneros alimentares, ou de outra forma, para constituirmos uma comunidade. Somos uma comunidade solidária, o que nos torna únicos”, com “a vontade de ajudar as pessoas que estão mais carenciadas e vulneráveis”, concluiu Maria Manuel Cruz.

A cerimónia contou, entre outros, com a presença dos embaixadores da edição de 2023 do futebol de rua, Hélder Postiga (ex-internacional e diretor da Federação Portuguesa de Futebol), Diogo Rochinha (jogador do Sporting CP) e Vítor Matos (treinador-adjunto do Liverpool).