Pedro Pereira teve uma carreira de alto nível como árbitro de futsal, tendo arbitrado jogos como SL Benfica-Sporting CP, ou a final da Taça de Portugal. Retirado do meio há um ano, considera que a arbitragem portuguesa acompanha a modalidade em termos qualitativos.
Gostaria de ter continuado a carreira?
Sim, mas não é possível, mediante as regras estipuladas.
Como começou o interesse pelo futsal?
Na minha juventude fui jogador de futebol. Joguei em vários clubes como o Sporting de Esmojães, SC de Espinho, Esmoriz, Grijó, etc. Entretanto, tive um colega de trabalho, que também era jogador, que tinha iniciado um curso de arbitragem de futebol e futsal em Espinho.
O meu colega acabou por me incentivar a ir para a arbitragem, nomeadamente, para o futsal. Na altura, não acompanhava muito a modalidade, mas passei a acompanhar e hoje sou um adepto fanático de futsal.
Comparando com o futebol, o que tem de especial o futsal?
É um desporto mais dinâmico, com mais golos e com mais emoção.
É mais difícil de arbitrar?
Não sei se será mais difícil pois nunca arbitrei futebol de 11. O que posso dizer é que cada modalidade é extremamente difícil de arbitrar. No futsal, as coisas são mais rápidas, mas temos uma equipa por trás, também estamos num local mais pequeno. Privilegiamos mais o contacto, algo que é diferente no futebol. De resto, não creio que será assim tão distinto.
O que é o atraiu na função de árbitro, tendo em conta toda a dificuldade e pressão que acarreta?
Quando decidi tirar o curso, a minha ideia não era ir para árbitro. Queria ser árbitro assistente cronometrista, uma função que serve para controlar o tempo e auxiliar os colegas. Foi isso que fiz nos primeiros quatro anos de percurso.
Nessa altura, consegui subir ao quadro da Federação Portuguesa de Futebol, quando ainda havia o quadro como cronometrista. Houve um momento em que um colega meu se lesionou e comecei a arbitrar no lugar dele. A partir daí comecei a ganhar o gosto pela arbitragem.
Que características é que um bom árbitro deve ter?
Acima de tudo, deve ser uma pessoa dinâmica, interessada pela modalidade, que goste do futsal, humilde e trabalhadora, como qualquer pessoa, independentemente da profissão, deve ser.
Artigo completo na edição de 27 de julho de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.
