Rua 19 espera por requalificação enquanto ruturas em condutas afetam o comércio

Ainda estão por reparar os buracos provocados pelo rebentamento das condutas de água na rua 19

A requalificação do troço pedonal da rua 19 foi travada pelo Executivo em 16 de maio de 2022. A Câmara, então liderada por Miguel Reis, revogou o projeto que vinha do mandato anterior e que previa a substituição das condutas de água e de saneamento. Mais de um ano depois, as ruturas continuam a suceder-se, prejudicando comerciantes e moradores.

A maior parte dos comerciantes da rua 19 reconhece que a situação que se vive na principal rua de Espinho não é a melhor e querem que algo seja feito, com urgência.

Embora a maioria concorde com a ideia, recusam-se a dar a cara, com receio de futuras retaliações.

“Não estamos, nem nunca estivemos, contra a requalificação da rua 19”, afirmam os comerciantes contactados pela Defesa de Espinho e que pediram anonimato.
“Apenas gostaríamos que estas obras fossem feitas rápida e faseadamente de forma a ter o mínimo impacto possível nos negócios”.

Face a tantos problemas nas condutas, os proprietários dos estabelecimentos comerciais não entendem por que razão foi travado o projeto de requalificação da rua. “São muitos os incómodos que nos têm causado as ruturas constantes das
condutas, apesar dos esforços que os funcionários do Município têm feito para reparar as avarias”.

“Creio que isto vai continuar a acontecer enquanto não forem substituídas todas as condutas, pois acredito que estes remendos que estão a ser feitos não resolvem, minimamente, o problema”, dá nota uma comerciante, que também não quis ser identificada salientando que “desde julho até agora já houve oito ruturas”.

“Ouvi falar que havia um projeto para a requalificação da rua e que já estava num estado adiantado para se poder iniciar a obra, mas não foi implementado. Não entendo as razões! Não somos nós, os comerciantes, que não queremos as obras, ao contrário daquilo que andam para aí a dizer”, aponta a comerciante.

“Sabemos que uma obra como essa iria criar incómodos e prejuízos, mas também sabemos que seria temporário e para benefício de todos. Mas se estas obras forem bem programadas os impactos seriam minimizados”, acrescenta.

“Uma lavandaria, na rua 19, esteve sem água durante várias horas. Imagine- se o prejuízo que isso causou à empresa”, dá como exemplo.

“Precisamos de estabilidade nesta rua para que possamos rentabilizar os nossos negócios e para que as pessoas que circulam nesta rua se sintam seguras”, conclui.

Comerciantes querem ser parceiros da requalificação

O gerente da AIPAL, Nunes da Silva, que já foi presidente da direção da associação empresarial Viver Espinho, lamenta que estas situações se tenham vindo a repetir e assegura que os comerciantes “são os principais interessados nas obras de requalificação da rua 19”.

“Nós, comerciantes, deveremos ser parceiros na execução e planeamento dessas obras, havendo, necessariamente, o cumprimento de prazos e critério na escolha para as datas de arranque e de finalização da obra”, sublinha o empresário espinhense.

Segundo Nunes da Silva é preciso, por outro lado, “tornar a obra mais amigável, incluindo isto no próprio projeto de execução. Deverão estar previstas as infraestruturas necessárias à acessibilidade aos estabelecimentos de uma forma mais confortável possível”.

O comerciante faz questão de dizer que os rebentamentos das condutas na rua 19 “não são de agora”, mas lembra que havia um projeto de requalificação da rua que “previa o arranjo das condutas de água, esgotos e, também, o espaço urbano”.

Artigo completo na edição de 5 de outubro de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.