Espinhense é deputado na Assembleia da República (Fotografia: Sara Ferreira)

Ricardo Bastos Sousa, de 42 anos, é deputado do PSD na Assembleia da República. Foi eleito, em 2022, pelo círculo eleitoral de Aveiro e cumpre um mandato até 2026 à frente de várias comissões parlamentares como a Comissão de Negócios Estrangeiros.

Apesar de uma vida agora mais centrada em Lisboa, Ricardo Sousa admite não se desligar dos problemas de Espinho, a cidade onde nasceu, e mantém uma visão bastante crítica da atual situação política.

Cresceu em Espinho, que memórias tem da sua infância?

Foi uma infância feliz, despreocupada. Fiz toda a escolaridade no centro de Espinho, sempre acompanhado pela família e amigos. Tenho gratas recordações dessa altura.

Vem já da infância a visão de que poderia vir a ter um lugar na política local?

Não se trata de querer um lugar, mas de querer participar e aderir a um projeto. Venho de uma família com alguma participação política. O meu avô materno foi militante fundador do PSD, participante ativo naqueles momentos iniciais, e o meu pai também teve uma participação cívica no concelho e na cidade assinável, pois foi durante alguns anos autarca na Assembleia Municipal. Portanto, esse interesse sempre existiu desde jovem.

O que o levou a ingressar na JSD Espinho?

A adesão aos ideais do partido, evidentemente, e a vontade de participar e de contribuir de alguma forma, quer do ponto de vista local, que sempre foi uma preocupação muito grande que tive e tenho, mas também do ponto de vista nacional na adesão àquilo que foi o projeto do PSD. Desde logo as primeiras recordações que tenho são dos governos do professor Cavaco Silva, mas depois também com o governo liderado pelo doutor Durão Barroso e, mais tarde, tive oportunidade de trabalhar junto do governo do doutor Passos Coelho.

Quais eram as suas visões e preocupações nessa época?

As preocupações eram de ver a cidade um bocadinho a perder terreno em relação àquilo que era o contexto regional. Aquilo que tivemos durante muitos anos foi uma cidade que era uma espécie de farol na região. Espinho foi uma cidade, desde a sua génese, que cresceu muito rápido e de forma significativa com equipamentos e valências que permitiram ombrear com cidades com maior dimensão do que a nossa. Fomos freguesia em 1889 e dez anos depois éramos sede de concelho. Foi um crescimento muito grande e até ao momento em que nos fizemos cidade foi um crescimento assinável. Aquilo que vimos depois, na década de 80 e 90, foi que Espinho foi perdendo esse brilho, essa centralidade que tinha no contexto regional. Eu cresci nos anos dessa desaceleração e isso fazia-me impressão, como faz ainda hoje. Espinho tem condições para ser muito mais daquilo que é hoje.

Entrevista disponível, na íntegra, na edição 2 de novembro de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€