Foto: Isabel Faustino

Com toda uma carreira dedicada ao desporto, mais concretamente à ginástica rítmica, Catarina Leandro ocupa, desde 2020, o cargo de vice-presidente da Federação Portuguesa de Ginástica. No entanto, pretende voltar a dedicar-se ao ajuizamento de provas.

O que surge primeiro, a ginástica ou o gosto pela prática desportiva?

Em primeiro lugar, surge profissionalmente a licenciatura de educação física, a seguir a ter praticado uma série de modalidades federadas como ginástica, futebol de salão e karaté. A seguir à licenciatura, surge a especialização na ginástica, depois um mestrado centrado na ginástica rítmica e o doutoramento, também com especialização na ginástica rítmica.

Portanto, toda a minha formação foi sempre direcionada para a ginástica e para a ginástica rítmica em particular.

Via-se como uma pessoa do desporto ou como uma ginasta?

Via-me como pessoa do desporto, por isso é que ia fazendo tudo o que era possível fazer na altura, quando as oportunidades eram menores. A minha primeira opção foi sempre a
área do desporto.

Na perspetiva de tornar-se professora de educação física ou quis ser atleta de alta competição?

A minha ambição nunca esteve ligada ao objetivo final, mas sim ao percurso. Isso foi sempre mais significativo. Já passei por todas as áreas do desporto, como desportista, depois como professora de educação física, treinadora de ginástica, juiz internacional de ginástica e agora
como dirigente da Federação de Portuguesa de Ginástica. Portanto, fui passando por todos os patamares nas diferentes fases da vida.

Depois da faculdade, como é que se mantém ligada à ginástica?

Ainda na faculdade, tive a equivalência ao grau de treinador, depois fiz o curso de juiz de ginástica, um curso nacional, e comecei a participar em competições como juiz. Desde essa altura que sou investigadora, cheguei a publicar um artigo, depois veio outro.

Quando acabei a licenciatura, fiz estágio na Escola Manuela Laranjeira e fui convidada para ser treinadora de ginástica rítmica na AA Espinho, onde fiquei cerca de sete anos. Mais tarde optei por ficar apenas como juiz.

Que memórias guarda desse período na AA Espinho?

Muito boas, tenho muito carinho pela AA Espinho. Estou numa instituição que acarinha todos os clubes a nível nacional, mas, de facto, a AA Espinho foi a minha rampa de lançamento no mundo da ginástica rítmica, e guardo sempre um carinho muito especial pelo clube onde fui sempre muito bem tratada até hoje.

Vou ver os treinos de vez em quando, sou sócia e guardo muito boas recordações da minha passagem. Éramos uma família muito próxima, tínhamos o professor João Moutinho, que era uma figura em Espinho e que agregava todos os treinadores e intervenientes da ginástica. Penso que a AA Espinho ainda mantém esse espírito familiar.

Que bons resultados é que o clube teve nessa altura?

Recordo-me da Vanessa Pereira, uma ginasta que foi da seleção nacional durante muito tempo. Foi uma atleta que formámos desde pequenina, porque, para se formar uma ginasta, é preciso no mínimo 10 anos de treino.

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 30 de novembro de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€