Família síria ainda sem habitação após derrocada de telhado

Parte do telhado do local onde o casal sírio e a família estavam a viver acabou por ruir (fotografia: Sara Ferreira)

O telhado das instalações da delegação de Espinho da Cruz Vermelha Portuguesa voltou a ruir. A família síria foi realojada, provisoriamente, na passada terça-feira, numa unidade hoteleira de Espinho, na rua 23, depois de ter estado numa residencial na rua 19. A Cruz Vermelha procura uma casa, para arrendamento, para realojar os cinco cidadãos.

A situação arrasta-se desde o início de março último, altura em que um temporal deitou abaixo o telhado das instalações da Cruz Vermelha Portuguesa de Espinho, na rua 25. O casal sírio, com três filhos, foi realojado, temporariamente, pela Proteção Civil e dias depois voltou ao espaço onde manteve como sua habitação até há bem pouco tempo. A chuva intensa acabou por danificar novamente o telhado do edifício municipal e a habitação do casal ficou inabitável.

A situação é preocupante e, na passada terça-feira, a família teve de transitar de uma residencial da rua 19 para um hotel, na rua 23, uma vez que o homem apresenta problemas de mobilidade.

Fotografia: Sara Ferreira

O casal sírio está em Espinho há dois anos, desde 6 de dezembro de 2021. Segundo a responsável pela área social da delegação de Espinho da Cruz Vermelha Portuguesa, Leila Macedo Pinto, “o homem é portador de deficiência motora e tem uma prótese” e veio para Portugal no âmbito do Programa Internacional de Acolhimento de Refugiados de Guerra. “A família conseguiu fugir da Síria e esteve no campo de refugiados do Egipto, escolhendo Portugal como país de destino”, explica a responsável.

“Quando estavam perto de completar 18 meses, decidiram fixar-se em Portugal e em Espinho porque sentem-se integrados e as crianças foram muito bem acolhidas nas escolas”, sublinha.

“Pensávamos que a aprendizagem da língua Portuguesa iria ser difícil. No entanto, fizeram a adaptação com grande facilidade, também porque lhes proporcionámos um reforço na aprendizagem da nossa língua”, acrescenta.

Trabalho em equipa com integração positiva

Leila Macedo Pinto destaca o trabalho e o envolvimento da instituição em todo o processo que acabou por registar um resultado muito positivo. “Fizemos um acompanhamento do processo clínico do homem, com consultas médicas e nesse âmbito conseguimos a substituição de uma prótese por uma outra que lhe veio modificar e melhorar, completamente, a sua qualidade de vida”, revela, acrescentando que “houve, também, um contributo, essencial por parte dos hospitais de Santa Maria, Santo António e Centro Hospitalar de Gaia/Espinho e da própria Segurança Social”.

Leila Macedo Pinto conta que a mulher síria “apenas conseguiu alguns trabalhos a nível precário porque tinha de cuidar do filho mais novo” e que agora, foi possível a Cruz Vermelha “fazer uma parceria com uma creche particular, na rua 33”, libertando a mãe da criança para tentar encontrar trabalho. “É uma ótima cozinheira”, afirma Leila Macedo Pinto.

Artigo completo na edição de 14 de dezembro de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.