Parte do telhado do local onde o casal sírio e a família estavam a viver acabou por ruir (fotografia: Sara Ferreira)

O Município de Espinho, através de um comunicado que fez chegar à comunicação social, decidiu prestar alguns esclarecimentos sobre as condições da atual sede da delegação de Espinho da Cruz Vermelha Portuguesa e da situação em que se encontra a família síria que estava ali alojada.

No documento, o Município de Espinho afirma que já “diligenciou pela alteração (temporária) do local” onde a atividade da CVP pode ser desenvolvida, “tendo disponibilizado para o efeito, pelo menos até ao final do mês de janeiro de 2024, um espaço no edifício da Piscina Solário Atlântico”.

Segundo a autarquia, “não existem condições para a negociação e outorga de novo protocolo com aquela instituição” relativamente ao edifício onde se encontrava instalada na rua 25. Não existem “condições legais mínimas para o efeito que permitam ao Município de Espinho diligenciar pela negociação e outorga de um documento de tal natureza (nomeadamente órgãos eleitos, aprovação de contas e de um orçamento e plano de atividades”, salienta.

Contudo, o Município de Espinho afirma ser intenção da presidente da Câmara Municipal “a negociação e outorga de novo protocolo que permita a utilização (a título precário, mas mais alongado no tempo) de um espaço propriedade do Município de Espinho onde a Cruz Vermelha possa exercer a sua atividade” e diz que só o fará “quando estiverem criadas condições para tal dentro de um quadro de legalidade, que não existe neste momento”.

Por fim, no comunicado a autarquia “reitera publicamente que vê na Cruz Vermelha Portuguesa um parceiro no desenvolvimento de políticas sociais e, pretendendo estreitar esforços e laços com aquela instituição, manifestou já ao Senhor António Saraiva, Presidente Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa, a visão que tem da importância da instituição e, nesse contexto, foi já acordada a realização de uma reunião com a Direção Nacional da instituição, onde o futuro da colaboração de ambas as entidades possa ser discutido e aprofundado”.

Entretanto, a Câmara Municipal entregou, a 15 de dezembro, a chave de umas novas instalações, no rés do chão do edifício da Piscina Solário Atlântico à delegação espinhense, respeitando o “compromisso público assumido”.